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A Eneva encontrou petróleo. Não foi a primeira vez

Assunto é tratado com cautela pela companhia, que deve recolher amostras do material encontrado dentro de sete dias

(Eneva/Divulgação)

Mariana Desidério

Publicado em 1 de outubro de 2019 às 18h25.

Última atualização em 10 de outubro de 2019 às 11h54.

A companhia de exploração de óleo e gás Eneva tem lidado com cautela com a descoberta de indícios de petróleo em um dos seus poços na Bacia de Parnaíba, no Maranhão. A empresa já encontrou indícios de petróleo em outras ocasiões, mas as descobertas se mostraram inviáveis economicamente e por isso não chegaram a ser divulgadas, disseram fontes a par do assunto. A diferença é que agora o caso vazou para a imprensa.

A atual descoberta dos indícios de petróleo ainda está em fase preliminar. EXAME apurou que a companhia deve recolher amostras do material encontrado dentro de sete dias. A partir daí, serão mais cerca de 30 dias para ter o resultado das primeiras análises do material. Com essa análise em mãos, a companhia deve emitir um comunicado à ANP (Agência Nacional do Petróleo).

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Depois disso, a Eneva inicia um processo longo que envolve mapear a área onde pode estar o petróleo e fazer novas perfurações para estimar o volume existente. Se, após esse processo, a companhia entender que o volume de petróleo é significativo, ela deverá submeter suas conclusões a um terceiro agente, para validar a avaliação da reserva. Esse processo deve ser concluído só no quarto trimestre de 2020. A empresa não deu entrevista e disse que não comenta rumores de mercado.

Focada na exploração de gás e geração de energia via usinas térmicas, a companhia já faz a extração marginal de um material chamado derivado, semelhante ao petróleo, e que é encontrado junto ao gás nos campos explorados no Maranhão. A descoberta em questão, se confirmada, seria de uma reserva onde há mais óleo do que gás.

A informação de que a Eneva encontrou recentemente indícios de petróleo foi publicada pelo site Brazil Journal na semana passada. Em comunicado ao mercado, a companhia confirmou que identificou este ano indícios de óleo e gás em um poço na Bacia de Parnaíba e ressaltou que o volume e a viabilidade econômica do material ainda precisam ser apurados.

Caso os indícios de petróleo se confirmem e a exploração seja viável, será uma novidade importante para a companhia. Atualmente, o gás explorado pela Eneva é transformado em energia elétrica pela própria empresa através de usinas térmicas. Com o petróleo, cujo preço segue uma cotação internacional, o modelo de rentabilização das reservas da companhia pode mudar.

Fundada em 2001 pelo empresário Eike Batista com o nome de MPX, a Eneva busca hoje ter um posicionamento de “vender menos e entregar mais”. O objetivo é mostrar que os tempos de promessas megalomaníacas ficaram no passado. Por isso a cautela redobrada no caso do petróleo.

Desde que a notícia sobre os indícios de petróleo vieram à tona, as ações da companhia subiram 7% na bolsa. A empresa, que saiu de uma recuperação judicial em 2016, teve lucro de 886 milhões de reais em 2018 e vale 9,6 bilhões de reais.

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