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A derrocada da poupança

O investimento preferido dos brasileiros é um dos retratos mais acabados da crise econômica que se abateu sobre o país. A caderneta de poupança fechou 2016 com perdas de 41 bilhões de reais, no segundo pior resultado na série histórica do Banco Central, iniciada em 1995. O pior ano foi 2015, quando as saídas chegaram […]

REAL: a caderneta de poupança teve saques de 95 bilhões de reais entre 2015 e 2016 / Marcelo Camargo/Agência Brasil (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2017 às 17h25.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h35.

O investimento preferido dos brasileiros é um dos retratos mais acabados da crise econômica que se abateu sobre o país. A caderneta de poupança fechou 2016 com perdas de 41 bilhões de reais, no segundo pior resultado na série histórica do Banco Central, iniciada em 1995. O pior ano foi 2015, quando as saídas chegaram a 54 bilhões de reais. Ou seja: em dois anos, a poupança perdeu 95 bilhões de reais.

O resultado poderia ter sido ainda pior, já que em dezembro a poupança teve captação de 11 bilhões de reais, impulsionado pelo pagamento do 13º salário. O volume total da caderneta recuou em 2016 para 664,9 bilhões de reais, ante 663 bilhões de reais em 2015.

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A maior parte dos saques foi usada para pagar dívidas e compensar o aumento do desemprego, que chegou a 12 milhões de brasileiros em 2016. Segundo a Confederação Nacional do Comércio, cerca de 57% das famílias brasileiras possuem algum tipo de dívida. O maior vilão continua a ser o cartão de crédito. Em dezembro, os juros do rotativo chegaram ao recorde de 482% ao ano, levando o governo a limitar o crédito da modalidade a 30 dias, em mudança anunciada em dezembro.

A poupança também perdeu rentabilidade frente a outros investimentos. Apesar da queda de 0,5 ponto percentual no fim do ano, a Selic passou boa parte de 2016 no patamar de 14,25%, o maior em dez anos, o que impulsionou as aplicações em renda fixa. O rendimento da poupança é pré-fixado, e ficou em 8,15% em 2015, abaixo da inflação de 10,67%. Em 2016, o rendimento foi de 7,6%, acima da inflação na casa dos 6,4%. Ainda assim, insuficiente para reverter os saques.

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