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A 77Sol colocou o integrador solar no centro do negócio. Em 3 anos, saiu do zero para R$ 160 milhões

A plataforma de serviços para integradores solares fez um levantamento inédito sobre o perfil de quem atua nesse mercado do Brasil

Luca Milani, da 77Sol: faturamento multiplicou por sete em 2022 com crédito e descontos para compras de integradores de energia solar (Divulgação/Exame)
Leo Branco

Editor de Negócios e Carreira

Publicado em 31 de outubro de 2023 às 09h02.

Em uma década, o Brasil saiu de praticamente zero energia gerada por painéis solares para um total de 32 gigawatts vindos daí.

Hoje, 15% de todo o abastecimento de luz no país depende da irradiação do sol, de acordo com dados da Absolar, a associação do setor.

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Boa parte dessa demanda é puxada por consumidores irritados com contas de luz cada vez mais salgadas.

Regulamentada em 2012, a produção de energia solar a partir do telhado de casa — chamada de geração distribuída — hoje está presente em 3,1 milhões de domicílios brasileiros.

Tudo isso atraiu uma porção de empreendedores para o setor. O Brasil tem hoje cerca de 20.000 profissionais chamados de integradores de energia solar.

É função deles coisas do tipo a elaboração de um projeto arquitetônico para instalação de painéis no telhado de uma casa.

Ou, ainda, a compra da aparelhagem necessária para a geração de energia solar e a contratação de mão de obra para a instalação de tudo.

Quem são os integradores do Brasil

Quem são os integradores em atuação no Brasil? Essa foi uma das perguntas que moveram o empreendedor paulistano Luca Milani a elaborar o primeiro censo sobre a atuação de um ofício em expansão no país.

Milani é um dos fundadores da 77Sol, uma plataforma para conectar clientes dispostos a investir em energia solar e os integradores.

Algumas das principais constatações do estudo patrocinado pela 77Sol junto a 13.000 integradores cadastrados na base da empresa:

"Muita gente entra nesse mercado em função de um conhecimento prévio sobre o potencial da energia solar e há ainda quem entre para complementar a renda", diz Milani.

Não é raro o caso de instaladores de tevê a cabo ou mesmo eletricistas migrarem para a energia solar em busca de uma remuneração mais elevada.

O que faz a 77Sol

O integrador virou peça central no negócio da 77Sol. A empresa foi aberta em maio de 2020 com a proposta de facilitar o dia a dia desse profissional.

Até então, o processo entre tirar o pedido de um interessado num projeto de energia solar, elaborar uma proposta e entregá-la de volta ao cliente costumava demorar semanas.

O motivo: cada fabricante de equipamento para energia solar tinha um manual próprio de operações — e, também, preços e condições de pagamento diferentes.

Cada obra pedia um croqui feito diferente. Para piorar, não havia software para juntar as informações de forma rápida.

"Muita gente acabava mandando as propostas num documento do Excel", diz Milani. "E era bem comum as cotações dos equipamentos já estarem desatualizadas no momento em que o integrador conseguia terminar o projeto."

Tendo isso em mente, o diferencial da 77Sol foi criar uma plataforma SaaS para o integrador poder pesquisar preços de equipamentos e, no mesmo lugar, já dimensionar o tamanho da usina solar (a plataforma tem alguns exemplos de layout para o integrador criar em cima) e mandar a proposta para o cliente.

No início, a forma de ganhar dinheiro era a cobrança de uma mensalidade do próprio integrador interessados no serviço.

Como o negócio mudou

Em 2022, uma mudança importante alavancou o negócio da 77Sol. Na ocasião, a plataforma já girava algo como 200 milhões de reais por mês em propostas comerciais enviadas por integradores aos seus clientes.

Com uma base grande de negociações em jogo, Milani e os sócios bateram à porta de fornecedores de equipamentos para negociar compras coletivas em troca de descontos com a aquisição com a parafernália embarcada em usinas solares.

"A remuneração da 77Sol passou a vir de uma fatia da economia obtida nessas negociações", diz Milani. "Conseguimos, assim, abandonar o modelo de mensalidades."

Mais recentemente, os sócios da 77Sol descobriram outro filão: fazer a ponte entre os integradores da plataforma e instituições financeiras dispostas a dar crédito para tirar do papel os projetos solares.

Hoje em dia, a originação de crédito responde por 40% dos 600 milhões de reais em propostas comerciais feitas na plataforma por mês.

Outros 10% vêm da oferta de seguros para integradores. Os 50% restantes envolvem os equipamentos para geração de energia solar.

A abertura de novas frentes, aliada a maior adesão dos brasileiros à energia solar, bombou o resultado da 77Sol.

Em 2022, a empresa multiplicou a receita operacional líquida por sete: foram 78 milhões de reais.

O resultado levou a 77Sol a ocupar o terceiro lugar entre as empresas de 30 a 150 milhões de reais que mais cresceram no Brasil segundo o ranking EXAME Negócios em Expansão 2023.

Para este ano, a expectativa de Milani é faturar 160 milhões de reais.

A empresa faz parte do ranking Negócios em Expansão 2023

O ranking EXAME Negócios em Expansão 2023 é um levantamento da EXAME e do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME), com suporte técnico da PwC Brasil.

Trata-se do maior anuário do empreendedorismo do Brasil. O ranking é uma forma de reconhecer os negócios e celebrar o empreendedorismo no país. Com gestões eficientes, análise de oportunidade, novas estratégias e um bom jogo de cintura, os executivos no comando desses negócios conseguiram avançar no mercado.

Quer ser informado quando começarem as inscrições para o ranking em 2024? Clique aqui e deixe seus contatos

Neste ano, a lista traz 335 empresas de 22 estados, representantes das cinco regiões do país. Em relação ao ano anterior, o número de selecionadas representa aumento de 63%.

Veja os resultados:

Acompanhe tudo sobre:Negócios em Expansão 2023Energia solar

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