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11 empresas no centro de grandes enroscos em 2012

Clique nas fotos para relembrar companhias que enfrentaram problemas durante o ano de 2012

Tatiana Vaz

Publicado em 7 de dezembro de 2012 às 12h19.

Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h12.

A rede americana Walmart passou por maus bocados a partir de abril, quando uma reportagem do jornal New York Times acusou a companhia de promover subornos no México com o intuito de facilitar a expansão do negócio da varejista no país. Segundo a denúncia, a subsidiária teria pago até 24 milhões de dólares, desde 2005, em subornos para acelerar a aprovação de licenças para construção de lojas. O objetivo era manter a liderança no país e construir lojas com rapidez tal que evitasse o avanço de qualquer concorrente. O fato acabou motivando uma investigação da alta cúpula da companhia sobre as subsidiárias no México e a empresa tem enfrentado acusações semelhantes no Brasil, China e Índia. O resultado de tal enrosco ainda não foi definido, mas a estimativa de especialistas em direito estrangeiro é de que a rede tenha de pagar centenas de milhões de dólares em despesas legais e às sanções para resolver as acusações.
  • 2. HP

    2 /11(Dirk Waem/AFP)

  • Veja também

    Se não bastasse os desafios operacionais sofridos pela HP há meses, a companhia tornou pública, em novembro, uma questão que pode abalar ainda mais seu negócio. Segundo a HP, a empresa de software britânica Autonomy, comprada em 2011, teria um valor real bem menor do que o pago pela gigante de tecnologia. A fraude contábil, estimada em 8,8 bilhões de dólares, teria impulsionado para baixo os resultados da companhia, que fecharam o balanço do quarto trimestre com um prejuízo de 6,85 bilhões de dólares. O fundador da Autonomy, Mike Lynch, rebateu as acusações com mais acusações: “Parece muita coincidência tal fraude ter sido descoberta junto à divulgação dos piores resultados da HP nos 70 anos de história da companhia”, disse.
  • 3. Gafisa

    3 /11(Germano Lüders/EXAME.com)

  • O ano de 2012 foi bem tumultuado para a Gafisa . A construtora começou o ano negociando sua venda. PDG, Cyrela, Eztec e Brookfield chegaram a analisar uma possível compra que, por fim, passou a ser negociada pelos investidores Sam Zell e o GP. O negócio não vingou. Sem ver muita saída para a empresa, os investidores foram desanimando – e as ações caindo. Em junho, a gestora de fundos GHS e o Credit Suisse diminuíram suas participações na construtora, que passou então a negociar os 20% da Alphaviile Urbanismo que ainda não eram dela com a sócia no negócio, a Alphaville Participações. Sem chegarem a um acordo quanto aos termos de emissão de ações, o processo de compra foi parar na Câmara de Comércio Brasil Canadá para solução de controvérsia por meio de arbitragem envolvendo a operação. Mesmo com tanto enrosco, a Gafisa terminou o ano com demonstrações de que seu plano de reestruturação está caminhando, aos poucos, para o lado certo. No t erceiro trimestre, a empresa entregou um lucro líquido de R$ 4,8 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 51,2 milhões de um ano antes.
  • 4. Facebook

    4 /11(Beatriz Blanco/EXAME.com)

    A rede social mais usada do mundo fez sua estreia na bolsa americana com toda pompa: captou 16 bilhões de dólares e foi o sétimo maio IPO da história. Até ai, ninguém fazia ideia de que a empresa fundada por Mark Zuckerberg entraria na história das companhias abertas por outro motivo: fraude. O Facebook foi acusado, por acionistas liderados pelo Morgan Stanley, de esconder a previsão de uma severa queda das receitas antes do IPO. De acordo com o processo, a rede social e os bancos investidores "reduziram suas previsões de rendimento do Facebook para o segundo trimestre e no ano. No entanto, a informação não foi compartilhada com todos os investidores de Facebook, mas seletivamente revelada a alguns". As acusações, e consequente desconfiança do mercado, fez com que o valor de mercado da empresa desabasse em 24 bilhões de dólares.
  • 5. Cruzeiro do Sul

    5 /11(Reuters/Ricardo Moraes)

    Luis Octavio Índio da Costa e seu pai, Luis Felippe, os controladores do banco Cruzeiro do Sul, deixaram de tomar decisões pelo Cruzeiro do Sul no dia 4 de junho, quando o Banco Central interveio na instituição. Prestes a quebrar, a estimativa é que o banco teria um rombo de R$ 1,3 bilhão – quase metade do valor apurado depois de uma auditoria minuciosa feita pelo próprio BC, pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) e pela empresa de auditoria PricewaterhouseCoopers: R$ 2,5 bilhões. A fraude contábil seria fruto de uma série de irregularidades combinadas, um misto de empréstimos falsos, erros no balanço e fundos de investimento que burlavam as regras de mercado. Sem acordo com o Santander, o único possível interessado em comprar a instituição, o banco pode ser liquidado.
  • 6. BVA

    6 /11(Divulgação)

    O Cruzeiro do Sul não foi o único banco enroscado do ano. O BVA , controlado por José Augusto dos Santos, seu fundador, e pelo financista Ivo Lodo, ajudou a engrossar essa lista. Em 19 de outubro, o Banco Central decretou a intervenção do banco "em decorrência do comprometimento da sua situação econômico-financeira e do descumprimento de normas que disciplinam a atividade da instituição". A estimativa é que a instituição precise de cerca de 1 bilhão de reais para acertar suas contas – um empréstimo chegou a ser negociado com o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) sem sucesso por falta de garantias. O BC está apurando os primeiros indícios de irregularidades no banco, com a suspeita do desviou de 135 milhões de reais para a empresa Peg Cred Promotora de Vendas e Participações – a investigação está em andamento.
  • 7. Hopi Hari

    7 /11(Divulgação)

    O caso do parque de diversões Hopi Hari não é bem um enrosco, mas sim uma tragédia. Depois que Gabriela Yokuri Michelari, uma garota de apenas 14 anos, caiu de um dos brinquedos, o parque teve seus brinquedos vistoriados e ficou fechado por 22 dias. O presidente da empresa, Armando Pereira Filho, e outros 11 funcionários foram indiciados pela Polícia Civil por homicídio culposo e pelo Ministério Público de São Paulo por negligência. A situação fez com que o parque, que passava por apertos financeiros desde sua inauguração, em 1999, ficasse ainda mais distante de obter lucro com as iniciativas de diminuir o espaço de tempo de retorno de seus visitantes.
  • 8. Empresas X

    8 /11(Eduardo Monteiro/EXAME)

    Na semana passada, Eike Batista perdeu o posto de homem mais rico do país para Jorge Paulo Lemann, principal acionista da Ambev, segundo o ranking de bilionários da Bloomberg. De acordo com o site, a fortuna de Eike hoje seria de 18,6 bilhões de dólares, quase metade do pico de 34,5 bilhões de dólares atingido em meados deste ano. O valor da fortuna despencou no mesmo ritmo das ações de suas companhias abertas. A desconfiança dos investidores com Eike começou em junho, quando sua principal empresa, a OGX, reduziu a estimativa de capacidade de produção do Campo de Tubarão, na Bacia de Campos, de até 20.000 barris por dia para 5.000 barris de óleo. Isso aconteceu pouco tempo depois de outro banho gelado ter caído sobre os investidores, com a notícia de que a meta de produção para este ano seria reduzida de 50.000 para 40.000 barris de petróleo diários até dezembro. Tantos tropeços fez com o que o empresário promovesse um dinâmico entra e sai de cargos estratégicos nas empresas X na tentativa de acalmar o ânimo dos investidores.
  • 9. BBC

    9 /11(Carl de Souza/AFP)

    A emissora estatal de televisão da Grã-Bretanha atravessa uma profunda crise de imagem desde que um duplo escândalo de pedofilia abalou a credibilidade da casa e provocou a demissão, em novembro, de seu diretor-geral George Entwistle. A BBC é suspeita de ter abafado um escândalo de pedofilia, que envolvia um de seus apresentadores ícones, Jimmy Savile. Falecido em 2011, Savile é acusado de abuso sexual por centenas de meninas e adolescentes. A crise aumentou quando o grupo admitiu ter difundido, no começo de novembro, uma investigação baseada em falsas acusações de pedofilia contra uma ex-autoridade política. Em dezembro, o apresentador de programas de esportes Stuart Hall, de 82 anos, também foi indiciado por atentado ao pudor – ele teria abusado sexualmente de uma menina e dois adolescentes na década de 70. O executivo Tonny Hall é quem assume o posto de comandar a emissora em meio ao caos a partir de março.
  • 10. Mundial

    10 /11(Divulgação)

    Até então desconhecida, a fabricante de tesouras, alicates e outros produtos de metal Mundial se tornou, sem explicação plausível, uma das empresas queridinhas dos investidores no ano passado. Suas ações tiveram uma valorização de 54% na bolsa – em um determinado momento, seu valor de mercado subiu de 77 milhões para 1,4 bilhão de reais no mesmo período em que o Índice Bovespa acumulou uma queda de 15%. Tamanha discrepância chamou a atenção da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e da Polícia Federal, que passaram a investigar possíveis manipulações com os papéis da fabricante. O resultado foi a denúncia de dez executivos pelo Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul pelos crimes de formação de quadrilha e manipulação de mercado.
  • 11. Agora, veja quem tem novo CEO

    11 /11(Fabiano Accorsi/EXAME.com)

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