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Zelenskiy diz à ONU que responsabilização precisa ser inevitável

Zelenskiy mostrou um pequeno vídeo de corpos queimados, ensanguentados e mutilados, incluindo crianças, em Irpin, Dymerka, Mariupol e Bucha

Zelenskiy questionou o valor do Conselho de Segurança da ONU de 15 membros (Marko Djurica/Reuters)

Zelenskiy questionou o valor do Conselho de Segurança da ONU de 15 membros (Marko Djurica/Reuters)

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Reuters

Publicado em 5 de abril de 2022 às 14h18.

Última atualização em 5 de abril de 2022 às 14h29.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas que "a responsabilização precisa ser inevitável" para a Rússia ao acusar as tropas russas de cometerem "os crimes de guerra mais terríveis" desde a Segunda Guerra Mundial.

Zelenskiy mostrou um pequeno vídeo de corpos queimados, ensanguentados e mutilados, incluindo crianças, em Irpin, Dymerka, Mariupol e Bucha.

Ele questionou o valor do Conselho de Segurança da ONU de 15 membros, que foi incapaz de tomar qualquer ação sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro porque Moscou tem poder de veto, junto com Estados Unidos, França, Reino Unido e China.

"Estamos lidando com um Estado que transforma seu veto no Conselho de Segurança da ONU no direito de [causar] a morte", disse Zelenskiy em um discurso ao vivo por vídeo, pedindo a reforma do órgão mundial. "A Rússia quer transformar a Ucrânia em escravos silenciosos."

A Rússia diz que está realizando uma "operação militar especial" que visa destruir a infraestrutura militar da Ucrânia e "desnazificá-la", e nega atacar civis. A Ucrânia diz que foi invadida sem provocação.

O embaixador da Rússia na ONU, Vassily Nebenzia, disse ao conselho: "Ouvimos mais uma vez uma enorme quantidade de mentiras sobre soldados e militares russos".

A ONU disse que cerca de 11 milhões de ucranianos — mais de um quarto da população — fugiram de suas casas. Mais de 4 milhões dessas pessoas deixaram a Ucrânia.

O chefe de ajuda da ONU, Martin Griffiths, disse que pelo menos 1.430 civis foram mortos, incluindo mais de 121 crianças. "Sabemos que isso é provavelmente uma séria subestimação", acrescentou.

Griffiths, que busca uma trégua humanitária na Ucrânia, disse que "temos um longo caminho pela frente" após o que descreveu como uma reunião "franca" com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, em Moscou na segunda-feira.

"As condições perigosas estão dificultando nossos esforços para acessar civis — ou para que eles nos acessem. Os civis devem ter permissão para se mudar para áreas mais seguras sem medo de ataques", disse Griffiths ao Conselho de Segurança da ONU nesta terça-feira. Ele disse que espera viajar para a Ucrânia na quarta-feira para se encontrar com autoridades ucranianas.

A chefe de assuntos políticos da ONU, Rosemary DiCarlo, disse que as Nações Unidas receberam alegações críveis "de que as forças russas usaram munições de fragmentação em áreas povoadas pelo menos 24 vezes". Ela disse que as alegações de que as forças ucranianas usaram tais armas também estão sendo investigadas.

"Alegações de violência sexual relacionada ao conflito perpetrada por forças russas também surgiram. Isso inclui estupro coletivo e estupros na frente de crianças", disse ela. "Também há denúncias de violência sexual por parte das forças ucranianas e milícias de defesa civil."

Ela disse que a Missão de Monitoramento de Direitos Humanos da ONU na Ucrânia está tentando verificar todas as alegações.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou o Conselho de Segurança que a invasão da Ucrânia pela Rússia é um dos maiores desafios de todos os tempos para a ordem internacional "por sua natureza, intensidade e consequências".

Guterres disse que a guerra está pressionando ainda mais o mundo em desenvolvimento, com mais de 1,2 bilhão de pessoas particularmente vulneráveis ao aumento dos custos de alimentos, energia e fertilizantes.

"Já estamos vendo alguns países passarem da vulnerabilidade para a crise e sinais de séria agitação social", acrescentou.

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