Mundo

Violência de gênero matou 1.678 mulheres na América Latina

Pelo menos 1.678 mulheres foram assassinadas em 2014 por razões de gênero em 17 países da América Latina e do Caribe

Mulheres participam de manifestação contra violência contra a mulher, em Buenos Aires (Juan Mabromata/AFP)

Mulheres participam de manifestação contra violência contra a mulher, em Buenos Aires (Juan Mabromata/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2015 às 21h04.

Santiago - Pelo menos 1.678 mulheres foram assassinadas em 2014 por razões de gênero em 17 países da América Latina e do Caribe, uma região onde as mulheres sofrem, ainda, com o assédio político e nas ruas, alertou a Cepal nesta terça-feira.

"Não podemos permitir que continuem morrendo mais latino-americanas e caribenhas pelo simples fato de serem mulheres", exortou Alicia Bárcena, secretária-executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), um órgão técnico das Nações Unidas com sede em Santiago.

Os dados foram compilados pela Cepal através de seu Observatório da Igualdade de Gênero da América Latina e do Caribe e foram difundidos na véspera do Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, que será celebrado nesta quarta-feira.

Segundo a Cepal, o feminicídio "é a expressão mais dramática da violência contra as mulheres, que deve ser enfrentada integralmente pelos Estados, considerando os fatores da desigualdade econômica, social e cultural".

Vinte países da região contam com leis de violência contra as mulheres, embora apenas oito atribuam recursos específicos no orçamento nacional para abordá-la (40% do total), advertiu a Cepal.

Além disso, 14 países da região tipificaram o crime de feminicídio (Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Peru e República Dominicana), enquanto Argentina e Venezuela estabeleceram em sua legislação o homicídio com agravante por razões de gênero.

As mulheres da região também sofrem com o assédio de rua que, de acordo com a Cepal, "constitui uma das formas mais minimizadas e naturalizadas de violência contra as mulheres".

O Peru foi o primeiro país a promulgar uma lei para punir o assédio sexual em espaços públicos, em março de 2013, enquanto Argentina, Chile e Paraguai tramitam leis similares.

Da mesma forma, as mulheres latino-americanas precisam fazer frente ao assédio político, materializado na "atribuição a distritos claramente perdedores, na falta de apoio material ou humano e nas ameaças e agressões durante todo o período de campanha", de acordo com a Cepal.

A Bolívia é o único país da região a aprovar até agora uma lei contra o assédio e a violência política contra as mulheres (2012), enquanto outros quatro países debatem leis similares: Costa Rica, Equador, México e Peru.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaMortesMulheres

Mais de Mundo

Corte Constitucional de Moçambique confirma vitória do partido governista nas eleições

Terremoto de magnitude 6,1 sacode leste de Cuba

Drones sobre bases militares dos EUA levantam preocupações sobre segurança nacional

Conheça os cinco empregos com as maiores taxas de acidentes fatais nos EUA