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Vida em Israel volta à normalidade em meio a críticas

Nas redes sociais foi extensamente divulgada uma fotografia que mostra 16 soldados israelenses de uniforme deitados no chão formando em hebraico a frase "Bibi perdedor"

Benjamin Netanyahu dá declaração após cessar-fogo: Netanyahu ressaltou que o cessar-fogo é "o correto para o Estado de Israel neste momento" (REUTERS)
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Da Redação

Publicado em 22 de novembro de 2012 às 15h47.

Jerusalém - Os 57 mil reservistas israelenses mobilizados para entrar em Gaza durante a operação "Pilar Defensivo" começam a retornar nesta quinta-feira a seus lares, enquanto a vida nas localidades de Israel alvos dos foguetes do Hamas retoma a normalidade entre críticas ao cessar-fogo, vigente desde ontem.

Nas redes sociais foi extensamente divulgada uma fotografia que mostra 16 soldados israelenses de uniforme deitados no chão formando em hebraico a frase "Bibi perdedor", em referência ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

"Não acho que o governo tenha atuado bem", afirmou ao "Canal 10" um soldado identificado como Kobi, enquanto seu companheiro de armas, Yotan, lamentava não ter participado de uma invasão de Gaza para a qual "as pessoas estavam preparadas".

Um reservista de uma cidade alvo frequente dos projéteis palestinos falou ao "Canal" 2 da "vergonha" que sentia pela saída diplomática e recordou a "Chumbo Fundido", ofensiva israelense em Gaza há quatro anos que custou a vida de 1,4 mil palestinos.

No último dia 16, quando a invasão parecia iminente, Israel aprovou a mobilização de 75 mil reservistas, a maior em décadas, um número que chegou finalmente a 57 mil, no momento em que a trégua foi acordada.

A decepção não reina apenas entre alguns soldados. Muitos prefeitos e moradores da região mais próxima a Gaza - e, portanto, mais castigada pelos foguetes palestinos - lamentam que a ofensiva tenha concluído sem exterminar de uma vez por todas o risco de novos ataques.

Segundo os correspondentes internacionais na área, a maioria dos cidadãos dessa zona está contra o acordo de cessar-fogo, que até agora tem sido respeitado - salvo o caso isolado de três foguetes - desde sua entrada em vigor.

No entanto, no resto do país - inclusive nas grandes cidades como Tel Aviv, Jerusalém e Haifa - geralmente isento dos ataques das milícias de Gaza, se respira uma maior sensação de alívio pelo fim das hostilidades.


Uma enquete relâmpago divulgada ontem pelo "Canal 2" apontava uma oposição de 70% de oposição ao fim dos bombardeios israelenses.

Da mesma forma que ontem, Netanyahu reconheceu hoje o descontentamento de parte da população pela cessação de uma operação que era apoiada por 84% do país e na qual morreram 164 palestinos, mais da metade civis, e seis israelenses, quatro deles civis.

"Sei que há cidadãos que esperavam uma resposta ainda mais dura. Também estamos preparados para ela. Como fizemos durante esta operação, decidiremos quando, como e contra quem atuar", disse Netanyahu na sede central da Polícia Nacional em Jerusalém.

Netanyahu ressaltou que o cessar-fogo é "o correto para o Estado de Israel neste momento", mas lembrou que seu governo está preparado "para a possibilidade que não seja respeitado" e saberá "como atuar se for necessário".

Um dos críticos foi o prefeito da cidade de Sderot, David Buskila, que teria preferido "um acordo que indicasse a clara supremacia de Israel e com a dissuasão restaurada a seus níveis anteriores".

"Não é o fim pelo qual havíamos rezado", reconheceu por sua parte o prefeito de Ashdod, Yehiel Lasri, que se consola ao pensar que a decisão israelense de deter os ataques tenha gerado pelo menos apoio internacional suficiente para uma "dura resposta" quando Gaza retomar seus ataques.

"Não há dúvida que havia expectativas por algo maior", admitiu na mesma linha seu colega de Bersheva, Rubik Danilovich, que acredita que o tempo dirá se a operação foi um êxito ou não.

Na bancada do "Canal 2", Benny Begin, um dos nove principais ministros que decidiram o rumo da operação e filho do ex-primeiro-ministro Menachem Begin, defendeu o cessar-fogo ao considerar que a operação cumpriu seus objetivos e previu que "o Hamas não terá vontade de lançar foguetes contra nós", após terem provado a reação israelense.

Enquanto isso, no raio de 40 quilômetros em torno de Gaza onde as aulas haviam sido suspensas, a vida volta pouco a pouco à normalidade, apesar de a atividade escolar ainda não ter sido retomada, à espera que se estabeleça plenamente a confiabilidade do cessar-fogo.

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Jerusalém - Os 57 mil reservistas israelenses mobilizados para entrar em Gaza durante a operação "Pilar Defensivo" começam a retornar nesta quinta-feira a seus lares, enquanto a vida nas localidades de Israel alvos dos foguetes do Hamas retoma a normalidade entre críticas ao cessar-fogo, vigente desde ontem.

Nas redes sociais foi extensamente divulgada uma fotografia que mostra 16 soldados israelenses de uniforme deitados no chão formando em hebraico a frase "Bibi perdedor", em referência ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

"Não acho que o governo tenha atuado bem", afirmou ao "Canal 10" um soldado identificado como Kobi, enquanto seu companheiro de armas, Yotan, lamentava não ter participado de uma invasão de Gaza para a qual "as pessoas estavam preparadas".

Um reservista de uma cidade alvo frequente dos projéteis palestinos falou ao "Canal" 2 da "vergonha" que sentia pela saída diplomática e recordou a "Chumbo Fundido", ofensiva israelense em Gaza há quatro anos que custou a vida de 1,4 mil palestinos.

No último dia 16, quando a invasão parecia iminente, Israel aprovou a mobilização de 75 mil reservistas, a maior em décadas, um número que chegou finalmente a 57 mil, no momento em que a trégua foi acordada.

A decepção não reina apenas entre alguns soldados. Muitos prefeitos e moradores da região mais próxima a Gaza - e, portanto, mais castigada pelos foguetes palestinos - lamentam que a ofensiva tenha concluído sem exterminar de uma vez por todas o risco de novos ataques.

Segundo os correspondentes internacionais na área, a maioria dos cidadãos dessa zona está contra o acordo de cessar-fogo, que até agora tem sido respeitado - salvo o caso isolado de três foguetes - desde sua entrada em vigor.

No entanto, no resto do país - inclusive nas grandes cidades como Tel Aviv, Jerusalém e Haifa - geralmente isento dos ataques das milícias de Gaza, se respira uma maior sensação de alívio pelo fim das hostilidades.


Uma enquete relâmpago divulgada ontem pelo "Canal 2" apontava uma oposição de 70% de oposição ao fim dos bombardeios israelenses.

Da mesma forma que ontem, Netanyahu reconheceu hoje o descontentamento de parte da população pela cessação de uma operação que era apoiada por 84% do país e na qual morreram 164 palestinos, mais da metade civis, e seis israelenses, quatro deles civis.

"Sei que há cidadãos que esperavam uma resposta ainda mais dura. Também estamos preparados para ela. Como fizemos durante esta operação, decidiremos quando, como e contra quem atuar", disse Netanyahu na sede central da Polícia Nacional em Jerusalém.

Netanyahu ressaltou que o cessar-fogo é "o correto para o Estado de Israel neste momento", mas lembrou que seu governo está preparado "para a possibilidade que não seja respeitado" e saberá "como atuar se for necessário".

Um dos críticos foi o prefeito da cidade de Sderot, David Buskila, que teria preferido "um acordo que indicasse a clara supremacia de Israel e com a dissuasão restaurada a seus níveis anteriores".

"Não é o fim pelo qual havíamos rezado", reconheceu por sua parte o prefeito de Ashdod, Yehiel Lasri, que se consola ao pensar que a decisão israelense de deter os ataques tenha gerado pelo menos apoio internacional suficiente para uma "dura resposta" quando Gaza retomar seus ataques.

"Não há dúvida que havia expectativas por algo maior", admitiu na mesma linha seu colega de Bersheva, Rubik Danilovich, que acredita que o tempo dirá se a operação foi um êxito ou não.

Na bancada do "Canal 2", Benny Begin, um dos nove principais ministros que decidiram o rumo da operação e filho do ex-primeiro-ministro Menachem Begin, defendeu o cessar-fogo ao considerar que a operação cumpriu seus objetivos e previu que "o Hamas não terá vontade de lançar foguetes contra nós", após terem provado a reação israelense.

Enquanto isso, no raio de 40 quilômetros em torno de Gaza onde as aulas haviam sido suspensas, a vida volta pouco a pouco à normalidade, apesar de a atividade escolar ainda não ter sido retomada, à espera que se estabeleça plenamente a confiabilidade do cessar-fogo.

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