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Vida do fundador do WikiLeaks corre perigo, diz especialista da ONU

Assange sofria de "males físicos" e apresentava "todos os sintomas típicos da exposição prolongada à tortura psicológica", disse o especialista

Assange: ativista é acusado de espionar e vazar documentos secretos dos EUA através de sua plataforma on-line WikiLeaks (Henry Nicholls/Reuters)
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AFP

Publicado em 1 de novembro de 2019 às 12h06.

O tratamento dado a Julian Assange, atualmente preso no Reino Unido e ameaçado de extradição para os Estados Unidos por acusações de espionagem, está colocando sua vida em perigo - afirmou nesta sexta-feira (1º) o especialista independente da ONU para temas de tortura, Nils Melzer.

O relator disse estar preocupado "com a contínua deterioração da saúde de Julian Assange desde que ele foi preso e detido no início deste ano" e que "sua vida agora está em perigo".

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"A menos que o Reino Unido mude urgentemente de rumo e melhore sua situação humanitária, a exposição contínua de Assange a arbitrariedades e abusos poderá em breve lhe custar a vida", alertou.

Acompanhado por vários médicos, Melzer, professor de Direito Internacional, visitou o australiano, fundador do WikiLeaks , em sua prisão em Londres em maio. A visita aconteceu um mês depois de Assange ser preso na embaixada no Equador, onde ele estava refugiado há anos.

Após a visita, Melzer relatou que Assange sofria de "males físicos" e que apresentava "todos os sintomas típicos da exposição prolongada à tortura psicológica, além de ansiedade crônica e intenso trauma psicológico".

Desde então, o especialista não viu Assange novamente, mas tem informações sobre sua saúde.

"Assange continua detido em condições de opressão, isolamento e vigilância", afirmou Melzer.

Em 2012, Assange, então investigado na Suécia por um caso de estupro, refugiou-se na embaixada equatoriana em Londres para evitar extradição para este país, ou para os Estados Unidos, onde é acusado de espionar e vazar documentos secretos através de sua plataforma on-line WikiLeaks.

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