A Venezuela anunciou que vai suspender os voos vindos e com destino a Panamá e República Dominicana a partir de quarta-feira, 31, devido a "ações de ingerência" dos governos destes dois países em razão das eleições venezuelanas. As duas nações não reconheceram o resultado proclamado pelo Conselho Nacional Eleitoral - dando a vitória a Nicolás Maduro - e questionaram o processo de transparência eleitoral venezuelano.
Venezuela vai suspender voos de Panamá e República Dominicana
Governo Maduro também anunciou um rompimento diplomático com sete países da região
Repórter colaborador
Publicado em 30 de julho de 2024 às 06h04.
Última atualização em 30 de julho de 2024 às 10h37.
O anúncio da proibição dos voos foi divulgado pelo Ministério dos Transportes no X.
Na segunda-feira, o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela anunciou a reeleição de Nicolás Maduro para um terceiro mandato (2025-2031) consecutivo, com 51,2% dos votos. O principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia , obteve 44,2%, de acordo com os dados oficiais divulgados pelo CNE. A oposição venezuelana reivindica a vitória, dizendo que González Urrutia teve 70% dos votos, segundo a líder opositora María Corina Machado, proibida pelo CNE de disputar a eleição.Nações tradicionalmente alinhadas a Maduro já o felicitaram pela vitória, como Rússia, Nicarágua, Cuba, China e Irã, mas outros demonstraram grande preocupação com a transparência das eleições na Venezuela como Portugal, Espanha e Estados Unidos.
Crise regional
A Venezuela anunciou na segunda-feira a expulsão de diplomatas de sete países latino-americanos em protesto contra o posicionamento de governos da região a respeito da transparência do processo eleitoral do país.
Caracas considerou que a posição de Argentina, Chile, Costa Rica, Panamá, Peru, República Dominicana e Uruguai, "mina sua soberania". O governo bolivariano também ordenou a saída de seus diplomatas desses países. Na prática isso significa um rompimento nas relações entre as nações.