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Venezuela vai às urnas em profunda crise, com Maduro em busca de reeleição

País espera que Nicolás Maduro consiga um 2º mandato de seis anos, apesar de uma profunda crise que agrava a escassez de alimentos e dispara a inflação

Eleição na Venezuela: Cidadão vota em Caracas em frente à imagem do ex-presidente Hugo Chavez, morto em 2013 (Marco Bello/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de maio de 2018 às 09h32.

Última atualização em 20 de maio de 2018 às 11h10.

Caracas - Os venezuelanos participam neste domingo de uma eleição presidencial na qual se espera que Nicolás Maduro consiga um segundo mandato de seis anos, apesar de uma profunda crise que agrava a escassez de alimentos, dispara a inflação e derruba a produção petroleira do país sul-americano.

Mais de 1 milhão de pessoas fugiram do país nos últimos anos em busca de uma vida melhor, enquanto os que permanecem enfrentam horas em filas para comprar alimentos subsidiados e retirar dinheiro em espécie, algo agora quase impossível de encontrar.

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Pesquisas mostram que a maioria dos venezuelanos culpa Maduro pelos crescentes problemas, mas ele aparece como favorito, em parte porque seus principais rivais boicotaram a disputa, diante da desconfiança com a autoridade eleitoral, controlada por partidários do governo. "Hoje é um dia histórico eleitoral", afirmou Maduro, vestido com uma camisa vermelha, após votar hoje no oeste da capital, na companhia da mulher e do filho.

O presidente acusou os Estados Unidos de promoverem uma "campanha feroz" para afetar a disputa presidencial. Segundo ele, essas ações "não puderam" impedir o processo. Ele pediu "respeito" ao mundo, após mais de 20 governos dizerem que não reconhecerão os resultados.

"Não é possível seguir jogando com governos irresponsáveis da direita oligárquica e corrupta da América Latina para pressionar a Venezuela, isolar a Venezuela", afirmou, considerando esse comportamento "criminoso".

Maduro disse que, se vencer, lançará um "governo de unidade nacional", insistirá no diálogo e fará mudanças na economia para impor um novo sistema de preços e de distribuição e comercialização, sem dar detalhes.

Principal rival do atual presidente, o candidato independente Henri Falcón enfrenta o duplo desafio de competir contra um líder poderoso e ainda convencer os venezuelanos a desafiar o boicote às urnas, convocado pela principal coalizão opositora.

Ele promete dolarizar os salários, aceitar ajuda humanitária e buscar socorro no Fundo Monetário Internacional (FMI), opções rejeitadas por Maduro. "Juro que libertarei a Venezuela da ditadura", afirmou no fim da campanha, na quinta-feira, na cidade natal de Barquisimeto.

Também disputa o evangelista Javier Bertucci, que oferecia sopa em seus comícios. Fonte: Associated Press.

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