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Na Venezuela, serviço público funcionará 2 dias por semana

Governo adotou mais uma medida para economizar energia no país e, agora, só os serviços públicos essenciais funcionarão às quartas, quintas e sextas


	Venezuela: os cerca de dois milhões de funcionários afetados pela medida já não trabalhavam às sextas-feiras e cumpriam uma jornada diária reduzida de seis horas.
 (Wikimedia Commons)

Venezuela: os cerca de dois milhões de funcionários afetados pela medida já não trabalhavam às sextas-feiras e cumpriam uma jornada diária reduzida de seis horas. (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 27 de abril de 2016 às 06h39.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ordenou estender de um para três dias por semana a folga do setor público para enfrentar a severa crise de eletricidade que afeta o país petroleiro, anunciou o governo nesta quarta-feira.

"Quarta, quinta e sexta-feira não se trabalhará no setor público à exceção daquelas tarefas que são fundamentais, que são necessárias", declarou o vice-presidente Aristóbulo Isturiz em uma transmissão televisiva da Central Hidroelétrica de Guri, em Bolívar (sudeste).

"Peço a máxima compreensão, apoio, solidariedade, ação e consciência", disse Maduro sobre as novas medidas, durante seu programa semanal de TV.

Maduro avaliou que ao menos por duas semanas os funcionários públicos não trabalharão na quarta, quinta e sexta-feira, exceto nas tarefas consideradas fundamentais para o funcionamento do país.

Os cerca de dois milhões de funcionários públicos afetados pela medida já não trabalhavam nas sextas-feiras e cumpriam uma jornada diária reduzida de seis horas para poupar energia.

Até o momento, a medida envolvendo o funcionalismo não afetava o setor da educação, mas nesta terça-feira Maduro determinou que as escolas do ensino fundamental e médio não funcionem nas sextas-feiras.

O governo afirma que a seca causada pelo fenômeno climático El Niño é a pior dos últimos 40 anos, o que secou as represas e ameaça a Central Hidroelétrica El Guri, em Bolívar, que gera 70% da eletricidade do país.

Apagões aumentam irritação popular

Como parte do plano para poupar energia, o governo iniciou na segunda-feira um programa de racionamento elétrico com cortes programados de quatro horas diárias na metade dos estados do país, durante os próximos 40 dias.

Os cortes de energia já eram frequentes no interior do país, mas agora atingem diversas grandes cidades, ampliando a irritação entre uma população que já enfrenta a disparada da inflação e a falta de produtos básicos.

Na noite de segunda-feira ocorreram protestos em Maracaibo, segunda cidade do país e capital do estado de Zulia, durante o corte no fornecimento.

A região da Grande Caracas foi poupada do racionamento de energia.

"É uma situação extrema, El Niño não é uma brincadeira, peço a máxima consciência nacional para que sigamos com muita serenidade e paz social enfrentando isto", disse Maduro na noite desta terça.

O presidente advertiu que "quem tentar a violência diante destas circunstâncias, sob o decreto de emergência (econômica) que está vigente, sofrerá todo o peso da lei".

A partir de 1º de maio, os relógios serão adiantados em 30 minutos, voltando para o fuso horário de quatro horas a menos em relação ao meridiano de Greenwich (-04H00 GMT) para tirar proveito da luz do dia.

O governo também exigiu dos grandes consumidores, como shoppings e hotéis, que gerem sua própria energia, o que tem feito com que vários estabelecimentos fechem mais cedo.

Apesar do racionamento, a Central Hidroelétrica de Guri está apenas 1,5 metro acima do nível mínimo, e segue perdendo 10 centímetros diários.

"Estamos pedindo ajuda internacional de emergência para o processo de recuperação (...) da represa de El Guri, ajuda técnica, assessoria, cooperação financeira para realizar obras", disse Maduro.

A oposição, que controla o Parlamento, acusa o governo de não ter planejamento. "São incapazes e seguem aumentando os dias de folga. A crise piora a cada dia", escreveu o presidente do Legislativo, Henry Ramos Allup.

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