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Venezuela reforça presença militar na fronteira após chegada de ajuda

Ministro da defesa informou que reforço não é apenas para barrar ajuda humanitária, mas por conta de "crimes e males que vêm da Colômbia"

Maduro: Presidente colocou exército na fronteira com a Colômbia para não permitir entrada de ajuda humanitária (Miraflores Palace/Reuters)

Maduro: Presidente colocou exército na fronteira com a Colômbia para não permitir entrada de ajuda humanitária (Miraflores Palace/Reuters)

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EFE

Publicado em 11 de fevereiro de 2019 às 16h24.

Caracas - A Venezuela tem uma "presença (militar) reforçada" na fronteira com a Colômbia depois que parte da ajuda humanitária destinada ao país começou a ser armazenada na cidade limítrofe de Cúcuta, afirmou nesta segunda-feira o ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino.

"Temos presença reforçada em toda a fronteira, não pelo show da ajuda humanitária (...), mas por todos os crimes que são cometidos e todos os males que vêm da república da Colômbia", disse Padrino aos jornalistas após participar de um ato militar.

O presidente da Assembleia Nacional (parlamento), o líder opositor Juan Guaidó, que se autoproclamou como presidente interino e foi reconhecido como tal por mais de 40 países da Europa e das Américas, lidera uma operação para enviar à Venezuela ajuda humanitária através de uma coalizão internacional.

A cidade colombiana de Cúcuta, que abriga as principais passagens fronteiriças com a Venezuela, conta com o primeiro dos três centros de distribuição em que a ajuda começou a ser armazenada, que inclui comida e remédios.

No entanto, a Guarda Nacional Bolivariana (GNB, polícia militarizada) interditou a ponte de Las Tienditas, uma moderna infraestrutura que ainda não foi inaugurada oficialmente e liga os dois países, por onde estava prevista a entrada da ajuda humanitária.

Diante do início do armazenamento dessa ajuda, Padrino considerou que se trata de um "show" e ressaltou que "se houvesse um mínimo de seriedade, tanto jurídica como do ponto de vista internacional, de boa vontade, de boa fé", o governo venezuelano veria "isto de forma diferente".

"(A ajuda humanitária) é uma aberração. Querem fazer uma chantagem com a Venezuela com este tema", opinou Padrino, que liderou um ato com militares no qual estes assinaram uma carta promovida pelo governante Nicolás Maduro para pedir aos Estados Unidos que não haja uma intervenção militar no país.

"A fronteira está segura sempre e está sendo reforçada não só por isso (pela chegada de ajuda), mas por todos os crimes que são cometidos e todos os males que vêm da república da Colômbia que, infelizmente, não é de um dia", disse o ministro da Defesa.

Padrino contabilizou entre esses "males" o contrabando, o tráfico de drogas e o paramilitarismo que, segundo ele, a Colômbia tem a "responsabilidade como Estado de manter sob controle".

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