Venezuela espera que EUA "avancem em compromissos" para normalizar relações
Relação diplomática entre os dois países está fragilizada por sanções impostas ao país latino
Agência de Notícias
Publicado em 5 de julho de 2024 às 07h33.
O governo da Venezuela expressou nesta quinta-feira, 4, por ocasião do 248º aniversário da independência dos Estados Unidos, seu desejo de que o governo americano "avance em seus compromissos" para normalizar as relações bilaterais, rompidas desde 2019.
"Queremos que o governo dos EUA avance em seus compromissos de normalizar as relações políticas e diplomáticas com a Venezuela, pondo fim à política de medidas coercitivas unilaterais que afetam o povo venezuelano e prejudicam os laços entre ambas as nações", declarou o governo de Nicolás Maduro em comunicado.
O governo venezuelano também parabenizou os EUA pelo aniversário de independência do país, uma luta que "incluiu até mesmo a participação de Francisco de Miranda " - um político, militar e escritor venezuelano - e que, além disso, "deve servir como um lembrete de que todos os povos do mundo têm o direito à autodeterminação e à soberania ", para as quais "qualquer ambição colonialista não tem lugar".
Os dois países retomaram negociações na quarta-feira após vários meses de idas e vindas, tendo como pano de fundo as eleições presidenciais iminentes de 28 de julho na Venezuela, observadas de perto pelosEUA.
Eleições na Venezuela: como funcionará a disputa? Maduro poderá deixar o poder? Veja respostasEm reunião virtual, representantes dos dois países se comprometeram a "trabalhar juntos para ganhar confiança e melhorar as relações" e "manter as comunicações de maneira respeitosa e construtiva", de acordo com o negociador-chefe venezuelano, Jorge Rodríguez.
Esse processo de diálogo foi congelado após o último desacordo em abril, quando os EUA reverteram a flexibilização parcial das sanções que haviam sido concedidas à Venezuela em outubro do ano passado, considerando que o país não cumpriu integralmente o Acordo de Barbados - assinado pelo chavismo e pela oposição majoritária - que estabelece garantias eleitorais.
Desde março de 2022, quando uma delegação da Casa Branca viajou a Caracas para se reunir com Maduro, as conversas bilaterais têm sido intermitentes e com altos e baixos.