Venezuela denuncia "ameaças inadmissíveis" de membros do Mercosul
Através de seu perfil no Twitter, a chanceler venezuelana rejeitou as declarações "antijurídicas e arbitrárias" de Eladio Loizaga e Rodolfo Nin Novoa
EFE
Publicado em 23 de novembro de 2016 às 14h51.
Caracas - A ministra das Relações Exteriores da Venezuela , Delcy Rodríguez, denunciou nesta quarta-feira dois países-membros fundadores do Mercosul por supostamente terem feito "ameaças inadmissíveis" contra o governo venezuelano, que defende sua posição como presidente temporário do bloco econômico.
Através de seu perfil no Twitter, a chanceler venezuelana rejeitou as declarações "antijurídicas e arbitrárias" de Eladio Loizaga e Rodolfo Nin Novoa, titulares das Relações Exteriores de Paraguai e Uruguai, respectivamente.
O paraguaio disse na segunda-feira que, a partir de 1º de dezembro, a Venezuela estará suspensa e "sem voz" no Mercosul, e continuará nestas condições até que se adapte aos estatutos internos.
Nin Novoa, por sua vez, ressaltou na terça-feira que a Venezuela ficará com voz e sem voto, igual à Bolívia, por não cumprir com o acervo normativo do bloco.
Delcy Rodríguez garantiu hoje que estes funcionários "não têm competência para excluir nenhum Estado-parte" e considerou que suas posições constituem "uma agressão" ao governo de Nicolás Maduro.
"A Venezuela não vai sair, nem foi expulsa do Mercosul. Jamais aceitaremos agressões desta natureza contra nossa Pátria", continuou a chanceler venezuelana em outra mensagem, para em seguida acrescentar que seu país se adaptou ao marco legal do bloco em quatro anos e "com máxima eficiência".
A titular de Relações Exteriores venezuelana tinha previsto oferecer uma entrevista coletiva para falar sobre este tema, mas, na última hora, suspendeu o encontro com os veículos de imprensa.
No dia 13 de setembro, os quatro fundadores do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) estabeleceram que a Venezuela, que foi aceita como membro de pleno direito do bloco em 2012, não poderia exercer a presidência pró témpore, pois ainda não ratificou todos os acordos.
Apesar disso, o governo de Maduro insiste que está exercendo plenamente o comando do bloco.
Através de uma declaração conjunta, o bloco sul-americano pediu então à Venezuela que incorporasse "cerca de 300 normas" para cumprir cabalmente com suas obrigações como membro pleno.