Venezuela ameaça controlar padarias para combater "guerra do pão"
Vice-presidente acusou os sindicatos do setor de promover escassez artificial para inflar os preços do pão
EFE
Publicado em 13 de março de 2017 às 08h42.
Caracas - O vice-presidente da Venezuela , Tareck El Aissami, anunciou neste domingo que a partir de amanhã o governo implantará uma nova legislação em relação às padarias do país para acabar com a chamada "guerra do pão", que, segundo ele, é implementada pelo sindicato do setor para criar escassez.
"Todos os dias haverá uma inspeção e a padaria que descumprir a legislação vai ser ocupada temporariamente pelo governo. Depois, vamos transferi-la aos CLAP (Comitês Locais de Abastecimento e Produção)", disse El Aissami no programa dominical na televisão do presidente do país, Nicolás Maduro.
O vice-presidente disse que a nova instrução para combater a "guerra do pão" contará com equipes, formadas pelos membros do CLAP e da Superintendência de Preços Justos. Elas fiscalizarão a padaria e vigiar para que "se cumpra a fabricação do pão".
"Devemos garantir que de 6h até o fechamento das padarias se produza pão. E os primeiros pães têm que ser vendidos, no mais tardar, às 7h", completou o vice-presidente.
Entre outras coisas, El Aissami disse que 90% da matéria-prima das padarias deve ser destinada à produção de pães e que elas não poderão ter mais de 300 sacos de farinha por mês no estoque.
O vice-presidente também disse que não será permitido o "empréstimo" de matéria-prima entre as padarias.
No último dia 12 de fevereiro, Maduro anunciou que o governo implementaria um plano para vencer a "guerra do pão" e indicou que a estratégia tem como objetivo acabar com as filas para comprar o produto em todo o país.
Além disso, o presidente afirmou que o sindicato do setor é "hipócrita, perverso e malvado".