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Venezuela acusa funcionários da ONU de promover "intervenção" estrangeira

Cerca de 2,3 milhões de venezuelanos vivem no exterior, dos quais 1,6 milhão abandonaram seu país desde 2015, segundo a ONU

Venezuela: País responsabilizou a União Europeia pela "pior crise humanitária" no mundo (Douglas Juarez/Reuters)
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AFP

Publicado em 3 de setembro de 2018 às 19h00.

O governo da Venezuela acusou nesta segunda-feira (3) funcionários das Nações Unidas de exagerarem a migração de venezuelanos para justificar uma "intervenção internacional", e responsabilizou a União Europeia pela "pior crise humanitária" no mundo.

"Nos comunicamos com o secretário-geral (da ONU) , António Guterres, para manifestar nossa preocupação de que funcionários de forma isolada estejam sejam usados para transformar um fluxo migratório normal em uma crise humanitária justificadora de uma intervenção", disse a vice-presidente, Delcy Rodríguez.

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"Fizeram valer como próprios (...) dados informados pelos governos de países inimigos", acrescentou a funcionária em coletiva de imprensa, acompanhada por seu irmão Jorge Rodríguez, ministro da Comunicação.

A vice-presidente não identificou os funcionários da ONU apontados, tampouco os países inimigos, embora tenha criticado o Grupo de Lima, integrado por nações críticas ao governo de Nicolás Maduro.

Nesta segunda-feira em Quito, 13 países da América Latina começaram a debater fórmulas para regularizar os migrantes que fogem da grave crise venezuelana e obter fundos estrangeiros.

Cerca de 2,3 milhões de venezuelanos vivem no exterior, dos quais 1,6 milhão abandonaram seu país desde 2015, segundo a ONU. A Venezuela nega que se trate de uma crise humanitária.

"A pior crise humanitária que o mundo vive hoje é a causada pela Otan, por países da União Europeia, na África e no Oriente Médio", declarou Delcy Rodríguez, que pediu à chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, "rigor" e não fazer eco de notícias falsas.

A vice-presidente citou um informe da ONU segundo o qual cerca de 1.600 refugiados morreram em 2018 a "caminho da Europa".

Delcy Rodríguez desqualificou também os pedidos de fundos da comunidade internacional para o atendimento de migrantes venezuelanos na América Latina.

Acusou particularmente a Colômbia de usar a Venezuela para "viver" de ajuda internacional.

"Dá asco que centros de poder de Equador, Peru, Colômbia tenham se dedicado a semear crimes de ódio contra venezuelanos", afirmou o ministro, que assegura que cerca de cinco milhões de colombianos vivem na Venezuela.

Entretanto, a Chancelaria da Colômbia estima em cerca de 940.000 os colombianos residentes no país vizinho. O mais recente censo feito na Venezuela, em 2011, os cifrou em 721.000.

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