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Vejam diferenças como riqueza, não perigo, diz papa em mensagem de Natal

O papa argentino também pediu maior harmonia social na Nicarágua e na Venezuela, dois países abalados por conflitos políticos

(Vatican Media/­Handout via REUTERS/Reuters)
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Reuters

Publicado em 25 de dezembro de 2018 às 11h26.

Em sua mensagem de Natal ao mundo, nesta terça-feira, o papa Francisco clamou aos povos que enxerguem as diferenças como fontes de riqueza e não de perigo, e pediu por conciliação em lugares abalados por conflitos.

Francisco proferiu a tradicional mensagem "Urbi et Orbi" (para a cidade e o mundo) diante de dezenas de milhares de pessoas em uma ensolarada Praça de São Pedro, da mesma sacada da basílica em que fez sua primeira aparição como pontífice, pouco depois de sua escolha, em 13 de março de 2013.

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A segurança foi reforçada ao redor do Vaticano para a temporada de Natal, com jipes militares posicionados nas principais rotas de acesso e turistas passando por vistorias e detectores de metais.

Na semana passada, no sul da Itália, a polícia prendeu um somali suspeito de ser um membro do Estado Islâmico e que havia ameaçado realizar ataques a bomba em igrejas italianas, incluindo a Basílica de São Pedro.

Em sua mensagem, no que pareceu ser uma referência à conturbada atmosfera política em diversos países, Francisco clamou por "fraternidade entre pessoas de ideias diferentes, mas capazes de se respeitar e ouvir umas às outras".

Francisco, primeiro papa latino-americano, fez alusão à polarização sobre o tema da migração, dizendo que Deus deseja "amor, aceitação, respeito por esta nossa pobre humanidade que todos compartilhamos numa grande variedade de etnias, línguas, culturas".

"Então, as nossas diferenças não constituem um dano nem um perigo; são uma riqueza", disse ele.

Francisco, de 82 anos, pediu a volta do diálogo entre israelenses e palestinos, "de modo retomar discussões que levem ao caminho da paz que ponha fim a um conflito que, há mais de 70 anos, dilacera a Terra escolhida pelo Senhor para nos mostrar o seu rosto de amor".

Ele pediu à comunidade internacional que trabalhe em prol de solução política para a Síria, e disse esperar que uma trégua negociada na guerra civil do Iêmen possa levar alívio à população atingida pela fome e a violência.

O papa argentino também pediu maior harmonia social na Nicarágua e na Venezuela, dois países abalados por conflitos políticos.

Também não devem ser esquecidos os milhões de refugiados e deslocados na África que necessitam de ajuda humanitária e alimentar, disse ele.

Para a Ucrânia, ele pediu "paz, respeitadora dos direitos de cada nação". As relações da Ucrânia com a Rússia têm sofrido um impasse numa deterioração que remonta a 2014, quando Moscou anexou a Crimeia e apoiou separatistas pró-Rússia no leste ucraniano.

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