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Vamos apoiar acordo do Mercosul com a UE, diz ministro da Argentina em SP

Luis Caputo defendeu ainda que haja espaço para acordos bilaterais para países do bloco, algo vetado hoje

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 2 de dezembro de 2024 às 12h40.

O ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, disse nesta segunda-feira, 2, que o país vai apoiar o avanço do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia.

"Sabemos o quão importante este tratado é para o Brasil. Falei ao ministro [Fernando] Haddad que vamos apoiá-lo", disse Caputo, durante um evento com empresários na Fiesp, em São Paulo.

"Para nós, é muito importante que o Mercosul mostre flexibilidade na hora de chegar a acordos bilaterais. Cremos que isso é algo que também favorece a todos os países e não deveria haver problema para que sigamos trabalhando juntos nessa linha", afirmou o ministro.

Acordo do Mercosul

O acordo entre União Europeia e Mercosul, negociado há décadas, poderá ser finalizado nesta semana, na reunião de cupula do Mercosul no Uruguai, nos dias 6 e 7 de dezembro.

Pelo acerto, passaria a haver o comércio de produtos sem taxa entre os dois blocos, embora cada item tenha cotas máximas de importação e exportação. O tratado ajudará os países do Mercosul a ampliar suas exportações agrícolas para a Europa.

O governo do presidente Javier Milei tem defendido mais acordos bilaterais de comércio, algo que o Mercosul não prevê hoje. Os integrantes do bloco se comprometeram a negociar sempre em conjunto, pois produtos importados por um dos membros podem circular sem tarifas para os outros países.

Assim, se a Argentina firmar um acordo com os Estados Unidos, por exemplo, os produtos americanos que entrarem em Buenos Aires poderiam chegar ao mercado brasileiro sem dificuldade, a menos que novas regras sejam criadas.

Argentinos buscam investimentos em SP

Caputo veio a São Paulo junto com uma missão do governo argentino, para conversar com empresários brasileiros em busca de investimentos. Houve uma apresentação de oportunidades nos setores de energia e mineração e um almoço fechado. Karina Milei, secretária-geral da Presidência e irmã do presidente Javier Milei, esteve presente, mas não falou no evento.

Daniel Casartelli, secretário de energia e mineração do Ministério da Economia, destacou que a Argentina aprovou novas regras que facilitam investimentos em energia e mineração no país, como parte da Lei de Bases, sancionada em junho. Entre as medidas, estão a redução de impostos atuais e um compromisso de que, por 30 anos, as isenções não serão modificadas nem serão criados novos impostos, mesmo a nível municipal ou estadual.

Mais de cem projetos já foram apresentados, segundo ele. Dois deles são relacionados à exploração de lítio. Há também um projeto de energia solar, em Mendoza, com investimentos de US$ 211 milhões.

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