Valls diz que expulsará salafistas se alterarem ordem
O ministro do Interior afirmou que ''as melhores armas para lutar contra o fanatismo (...) se encontram no próprio Islã''.
Da Redação
Publicado em 27 de setembro de 2012 às 20h52.
Estrasburgo (França) - O ministro do Interior francês, Manuel Valls, assegurou nesta quinta-feira que expulsará da França ''aqueles que, em nome do Islã, representarem alguma ameaça grave para a ordem pública e não respeitarem nossas leis e valores'', em referência aos salafistas e outros grupos ''que desafiam a República''.
Durante seu discurso de inauguração da grande mesquita de Estrasburgo, Valls advertiu ''os partidários do obscurantismo, os fundamentalistas, os que querem se apoderar de nossos valores e instituições, e os que negam os direitos das mulheres, de que não têm lugar na República''.
O ministro afirmou que ''as melhores armas para lutar contra o fanatismo (...) se encontram no próprio Islã''.
Ao mesmo tempo, o ministro pediu ao Islã da França ''que assuma suas responsabilidades e se organize para tratar com o Estado os verdadeiros problemas: financiamento de lugares de culto, formação de imames e pregadores, agora que o islamismo radical avança em nossas prisões''.
Perante mais de uma centena de líderes do Islã da França e do estrangeiro e dos representantes em Estrasburgo dos cultos judeu, católico e protestante, Valls fez a defesa da liberdade de expressão e do laicismo.
Da primeira disse que é ''um bem precioso'' e aplaudiu a ''sabedoria'' dos líderes muçulmanos franceses ''pelo discernimento e pela maturidade'' que demonstraram após a publicação das últimas caricaturas na revista ''Charlie Hebdo''.
''O radicalismo e o fundamentalismo, isso não é o Islã'', disse.
Do laicismo, assegurou que era um ''tesouro'', que permitia que o ministro do Interior estivesse na mesma semana em uma beatificação na catedral de Troyes, na grande sinagoga da Victoire em Paris e na grande mesquita de Estrasburgo.
Depois disso, criticou as últimas declarações de Marine Le Pen contra o véu islâmico e o quipá judaico em lugares públicos, e qualificou a líder da Frente Nacional de ''incendiária que cospe fogo''.
No ato de inauguração estiveram presentes, entre outros, o ministro marroquino de Assuntos Islâmicos, Ahmed Taoufiq, e o presidente do Conselho francês de culto muçulmano, Mohammed Moussaoui, que condenou o recente assassinato do embaixador dos EUA na Líbia.
A nova mesquita de Estrasburgo tem capacidade para 1.500 pessoas e teve um custo de 10 milhões de euros, financiados por Marrocos, Arábia Saudita, Kuwait e autoridades locais e regionais alsacianas.