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"Usem a maldita máscara", diz âncora de debate após covid de Trump

Apresentador da Fox News foi mediador do debate presidencial que aconteceu nesta semana entre o presidente americano e o candidato democrata Joe Biden

O moderador Chris Wallace no primeiro debate presidencial dos EUA, na terça-feira, 29 de setembro de 2020. F (Olivier Douliery / AFP/Bloomberg)

O moderador Chris Wallace no primeiro debate presidencial dos EUA, na terça-feira, 29 de setembro de 2020. F (Olivier Douliery / AFP/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 3 de outubro de 2020 às 14h41.

Última atualização em 3 de outubro de 2020 às 14h53.

"Usem as malditas máscaras!", disse o apresentador Chris Wallace, em seu programa no canal Fox News, horas depois de o presidente Donald Trump anunciar que ele e sua esposa estavam com covid-19.

O jornalista foi o mediador do debate presidencial que aconteceu nesta semana entre o presidente americano e o candidato democrata Joe Biden.

Mesmo sendo de uma emissora que mostra claramente sua preferência pelo partido Republicano, Wallace é quase unanimidade no que diz respeito a sua competência para moderar os debates presidenciais pela sua dureza e imparcialidade. Ele também foi mediador em 2016 do debate entre Trump e a então candidata à presidência Hillary Clinton.

Antes de pegar a doença causada pelo coronavírus, Trump apareceu em público diversas vezes sem a máscara e, no início da pandemia, diminuiu algumas vezes a gravidade da doença, que chamou de "gripezinha" assim como o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.

Quadro incerto

O médico da Casa Branca Sean Conley disse neste sábado que Trumo está “bem” e sem febre há ao menos 24 horas. Quando anunciou que havia sido infectado, Trump apresentada febre a fadiga.

Conley disse ainda que faz parte do tratamento do presidente o Remdesivir, medicamento liberado pelo órgão regulador de saúde americano para tratamento do vírus.

Um fonte falou à Reuters neste sábado que o caminho de recuperação do mandatário ainda é incerto, em função dos sintomas graves que ele apresentou nas últimas horas, e que as próximas 48 horas serão decisivas para que seu quadro fique mais claro.

Histórico de pouco caso

Com raras exceções, desde o início da pandemia Trump vem fazendo pouco dos riscos apresentados pela Covid-19 – ao menos em público. Em fevereiro, ele afirmou que o coronavírus “desapareceria como que por milagre”. Em março, disse que dava “nota 10” para a resposta de seu governo. Em abril, em uma de suas gafes mais memoráveis, ele sugeriu ingerir desinfetantes domésticos como uma possível cura. Na última quinta-feira, horas antes da notícia de seu diagnóstico, ele havia afirmado que o fim da pandemia estaria “à vista”.

Trump também transformou o uso de máscaras em um gesto político. Ele e muitos de seus apoiadores mais ferrenhos se recusam a cobrir o rosto mesmo quando estão em ambientes fechados.

Na semana passada, Trump contradisse o diretor dos Centros de Prevenção e Controle de Doenças, Robert Redfield, que defendeu a proteção facial como a medida mais importante para evitar a disseminação do coronavírus. “Ele está errado”, afirmou o presidente.

No debate de terça-feira, Trump fez piada com Biden. “Não sou como ele [apontando para o adversário]. Toda vez que você o vê ele está de máscara. [Biden] pode estar falando com pessoas a 30 metros de distância e aparece com a maior máscara que já vi na vida”.

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