Mundo

Uruguai debaterá na ONU e OEA regulação de mercados de droga

O país latino reivindica a abertura de um debate sério, onde a comunidade internacional comece a flexibilizar o ponto de vista muito rígido sobre a questão


	A regulação de mercados começa a abrir caminho no mundo como uma forma diferente de controlar e fiscalizar substâncias que causam dano à saúde pública
 (Timothy A. Clary/AFP)

A regulação de mercados começa a abrir caminho no mundo como uma forma diferente de controlar e fiscalizar substâncias que causam dano à saúde pública (Timothy A. Clary/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de abril de 2015 às 14h09.

Montevidéu - O secretário-geral da Junta Nacional de Drogas (JND) do Uruguai, Milton Romani, pediu nesta sexta-feira uma busca por "caminhos alternativos e diferentes da guerra contra as drogas", como a regulação dos mercados da maconha, do álcool e do tabaco que foi feita em seu país.

Em declarações por ocasião de sua próxima participação em uma mesa de alto nível sobre o problema mundial das drogas que será realizada na Assembleia Geral da ONU em 7 de maio, Romani expôs o ponto de vista do governo uruguaio sobre como combater um problema que afeta toda a humanidade.

Trata-se de uma reunião preparatória do debate que a comunidade internacional concretizará em abril de 2016, durante a sessão Especial da Assembleia das Nações Unidas sobre o problema mundial das drogas (UNGASS 2016).

"A regulação de mercados é um ponto de vista uruguaio que começa a abrir caminho no mundo como uma forma diferente de controlar e fiscalizar substâncias que causam dano à saúde pública", afirmou Romani nas declarações transmitidas pela web da presidência uruguaia.

"Ninguém quer, o Uruguai também não, que todo mundo mude. O que Uruguai está reivindicando é a abertura de um debate sério, onde intervenham todas as vozes e onde a comunidade internacional comece a flexibilizar um ponto de vista muito rígido que se tem sobre a aplicação dos convenções", ressaltou.

Para o chefe da CND, é preciso admitir que "há uma diversidade de políticas que seguem o mesmo fim, que é a saúde e o bem-estar da humanidade".

Antes da reunião na ONU, Romani participará de Washington em um encontro da Comissão Interamericana para o Controle do Abuso de Drogas (CICAD), de 29 de abril a 1 de maio.

Romani antecipou que nessas reuniões defenderá também o conceito de "responsabilidade compartilhada" entre países e dentro de cada nação.

"A gestão de riscos e a responsabilidade sobre o tema de drogas, seja tabaco, álcool como outras drogas, é uma responsabilidade compartilhada. O Estado tem que estar presente para proteger os direitos, mas também a sociedade, os empresários e a família", especificou Romani.

Também "é uma responsabilidade compartilhada entre os países do norte que consomem muito e onde ocorrem lavagem de dinheiro e é uma responsabilidade diferente dos do sul que às vezes nos põem no banco dos réus".

O Uruguai é um país pioneiro na regulação do mercado da maconha, com normas específicas para seu cultivo, consumo e venda, como maneira de acabar com o negócio do narcotráfico. 

Acompanhe tudo sobre:América LatinaDrogasONUUruguai

Mais de Mundo

Legisladores democratas aumentam pressão para que Biden desista da reeleição

Entenda como seria o processo para substituir Joe Biden como candidato democrata

Chefe de campanha admite que Biden perdeu apoio, mas que continuará na disputa eleitoral

Biden anuncia que retomará seus eventos de campanha na próxima semana

Mais na Exame