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União Africana: separação no Sudão deve acabar com conflito

Região é palco de recorrentes guerras civis entre o Norte e o Sul há anos

Mulher vota em referendo no Sudão: 98,83% dos eleitores quis a separação do país (Spencer Platt/Getty Images)

Mulher vota em referendo no Sudão: 98,83% dos eleitores quis a separação do país (Spencer Platt/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 9 de março de 2011 às 16h14.

Nairóbi - A separação do Sudão do Sul, que teve o apoio de 98,83% dos eleitores no referendo de janeiro, terminará com a histórica divisão norte-sul e com os conflitos ocorridos por essa separação, segundo o presidente da União Africana (UA), Jean Ping.

Em comunicado de imprensa emitido nesta terça-feira, o principal responsável da UA afirmou que "com a conclusão do referendo, o Sudão superou definitivamente sua trágica história de divisão".

Além disso, Ping se mostrou convencido de que ambas as partes cooperarão para realizar uma separação pacífica no Estado mais extenso da África.

O Sudão do Sul, de maioria negra, cristã e animista, votou em plebiscito entre 9 e 15 de janeiro pela separação do norte, predominantemente muçulmano.

No entanto, as recorrentes guerras civis entre norte e sul ocorreram não só pelas diferenças religiosas, mas por outros fatores como o controle do petróleo, da água, o tráfico de escravos, históricas negligências coloniais e interesses estrangeiros.

Os resultados - 3.837.406 votos a favor da separação e 44.888 contra - foram anunciados oficialmente nesta segunda-feira, mesmo dia em que o presidente do Sudão, Omar al-Bashir, deu seu beneplácito.

Esta consulta popular foi um requisito estabelecido nos Acordos de Paz de 2005, que puseram fim a duas décadas de guerra civil nos quais foram perdidas, pelo menos, dois milhões de vidas.

Segundo estes acordos, no dia 9 de julho, o Sudão do Sul proclamará sua independência, criando o país número 193 do planeta e o 54 da África.

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