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Um G20 equilibrado nas questões econômicas

Harmonia se manifesta no comunicado final pela vontade de dar prioridade ao crescimento adotando um "plano de ação" para reforçar a retomada econômica

G20: países também multiplicaram seus compromissos: o de começar a partir do final de 2015 a trocar informações de maneira automática os dados fiscais para frear fraudes e trabalhar na regulação do setor bancário (Pablo Martinez Monsivais/AFP)
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Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2013 às 17h01.

Ao contrário das divergências manifestadas sobre a Síria, os países do G20 mostraram em São Petersburgo (Rússia) um laço de cooperação envolvendo as questões econômicas, seja relacionadas à evasão fiscal ou em resposta aos problemas dos países emergentes.

Esta harmonia se manifesta no comunicado final pela vontade de dar prioridade ao crescimento adotando um "plano de ação" para reforçar a retomada econômica.

Os países também multiplicaram seus compromissos: o de começar a partir do final de 2015 a trocar informações de maneira automática os dados fiscais para frear fraudes; trabalhar na regulação do setor bancário, que escapa à regulação convencional do crédito; ou caçar empresas que fogem do pagamento de impostos.

O presidente francês François Hollande e a chanceler alemã Angela Merkel manifestaram sua satisfação, esquecendo, por um momento, as divisões sobre uma intervenção armada contra Damasco.

"Há convergência no diálogo desse G20", para além das tensões diplomáticas, declarou Hollande.


Merkel elogiou, por sua vez, um "bom desemprenho" do encontro sobre as questões econômicas, baseado em "uma constate comum de que nós dependemos uns dos outros".

O ministro francês da Economia, Pierre Moscovici, afirmou que a cúpula se desenrolou "de maneira consensual" no que tange os principais problemas econômicos.

"Em relação há um ano, a mudança do clima é evidente", disse à AFP, à margem da reunião.

Concebida originalmente como um local reservado aos debates econômicos e financeiros, esta última cúpula fugiu a regra, com a crise síria dominando as discussões.

As edições precedentes foram dominadas pela preocupação com a zona do euro. Desta vez, os países emergentes e as turbulências financeiras por quais passam ocuparam a cena.

"Pela primeira vez em três anos, ao invés de uma discussão urgente sobre a crise financeira europeia, vemos uma Europa que começa a sair da recessão", considerou o presidente americano Barack Obama.

"Esperamos que a zona do euro tenha passado pela tempestade", acrescentou a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, a jornalistas à margem da cúpula.

Em um comunicado oficial, os membros do G20 consideraram, contudo, a retomada do crescimento econômico em nível mundial como "muito fraco", mencionando "o crescimento lento dos países emergentes".

Como pediram quinta-feira os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), os bancos centrais do G20 "se comprometeram a empreender futuras mudanças políticas monetárias com prudência e transparência".

Um recado direto ao Federal Reserve (Fed) americano, que anunciou o fim de sua política de incentivo.


Provocando a esperança de melhores taxas de investimentos americanos, o Fed provocou um êxodo de capitais nos mercados emergentes e, portanto, a desvalorização de moedas como a rupia indiana e o rublo.

Os países emergentes prometeram no comunicado à imprensa tomar "medidas necessárias para apoiar o crescimento e manter a estabilidade, o que inclui ações para melhorar seus fundamentos, melhorar a sua capacidade de resistência a choques externos e fortalecer os sistemas financeiros".

No geral, a cúpula, observando o fim da crise aguda na zona do euro, também priorizou o crescimento, em detrimento da austeridade fiscal.

Na noite anterior, uma fonte diplomática francesa havia comemorado o "enorme progresso desde o G20 de Toronto em 2010, que estabeleceu uma solução drástica", ou seja, as metas de redução do déficit.

"A questão da consolidação fiscal, especialmente nos países altamente endividados, continua na ordem do dia. Foi constatado por uma série de líderes que isso não impede o estímulo ao crescimento econômico", considerou quinta-feira o ministro das Finanças russo, Anton Siluanov.

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Ao contrário das divergências manifestadas sobre a Síria, os países do G20 mostraram em São Petersburgo (Rússia) um laço de cooperação envolvendo as questões econômicas, seja relacionadas à evasão fiscal ou em resposta aos problemas dos países emergentes.

Esta harmonia se manifesta no comunicado final pela vontade de dar prioridade ao crescimento adotando um "plano de ação" para reforçar a retomada econômica.

Os países também multiplicaram seus compromissos: o de começar a partir do final de 2015 a trocar informações de maneira automática os dados fiscais para frear fraudes; trabalhar na regulação do setor bancário, que escapa à regulação convencional do crédito; ou caçar empresas que fogem do pagamento de impostos.

O presidente francês François Hollande e a chanceler alemã Angela Merkel manifestaram sua satisfação, esquecendo, por um momento, as divisões sobre uma intervenção armada contra Damasco.

"Há convergência no diálogo desse G20", para além das tensões diplomáticas, declarou Hollande.


Merkel elogiou, por sua vez, um "bom desemprenho" do encontro sobre as questões econômicas, baseado em "uma constate comum de que nós dependemos uns dos outros".

O ministro francês da Economia, Pierre Moscovici, afirmou que a cúpula se desenrolou "de maneira consensual" no que tange os principais problemas econômicos.

"Em relação há um ano, a mudança do clima é evidente", disse à AFP, à margem da reunião.

Concebida originalmente como um local reservado aos debates econômicos e financeiros, esta última cúpula fugiu a regra, com a crise síria dominando as discussões.

As edições precedentes foram dominadas pela preocupação com a zona do euro. Desta vez, os países emergentes e as turbulências financeiras por quais passam ocuparam a cena.

"Pela primeira vez em três anos, ao invés de uma discussão urgente sobre a crise financeira europeia, vemos uma Europa que começa a sair da recessão", considerou o presidente americano Barack Obama.

"Esperamos que a zona do euro tenha passado pela tempestade", acrescentou a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, a jornalistas à margem da cúpula.

Em um comunicado oficial, os membros do G20 consideraram, contudo, a retomada do crescimento econômico em nível mundial como "muito fraco", mencionando "o crescimento lento dos países emergentes".

Como pediram quinta-feira os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), os bancos centrais do G20 "se comprometeram a empreender futuras mudanças políticas monetárias com prudência e transparência".

Um recado direto ao Federal Reserve (Fed) americano, que anunciou o fim de sua política de incentivo.


Provocando a esperança de melhores taxas de investimentos americanos, o Fed provocou um êxodo de capitais nos mercados emergentes e, portanto, a desvalorização de moedas como a rupia indiana e o rublo.

Os países emergentes prometeram no comunicado à imprensa tomar "medidas necessárias para apoiar o crescimento e manter a estabilidade, o que inclui ações para melhorar seus fundamentos, melhorar a sua capacidade de resistência a choques externos e fortalecer os sistemas financeiros".

No geral, a cúpula, observando o fim da crise aguda na zona do euro, também priorizou o crescimento, em detrimento da austeridade fiscal.

Na noite anterior, uma fonte diplomática francesa havia comemorado o "enorme progresso desde o G20 de Toronto em 2010, que estabeleceu uma solução drástica", ou seja, as metas de redução do déficit.

"A questão da consolidação fiscal, especialmente nos países altamente endividados, continua na ordem do dia. Foi constatado por uma série de líderes que isso não impede o estímulo ao crescimento econômico", considerou quinta-feira o ministro das Finanças russo, Anton Siluanov.

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