Exame Logo

Um encontro pelo fim da ameaça nuclear de Kim Jong-un

ÀS SETE - O ditador norte-coreano escreveu que o encontro representa “uma nova história começa agora – era da paz, desde o ponto de partida da história”

Kim e Moon: o objetivo principal do encontro é discutir a desnuclearização da Coreia do Norte
DR

Da Redação

Publicado em 27 de abril de 2018 às 04h29.

Última atualização em 27 de abril de 2018 às 06h59.

Enquanto você toma seu café da manhã no Brasil, o ditador norte-coreano, Kim Jong-un , e o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, se preparam para um jantar minuciosamente planejado.

Às Sete – um guia rápido para começar seu dia

Veja também

Leia também estas outras notícias da seçãoÀs Setee comece o dia bem informado:

Serão servidos macarrão frio ao estilo norte-coreano, peixe assado e batatas rosti – uma homenagem à juventude de Kim, quando, supostamente, ele estudou na Suíça.

Para beber, vinho de azaleias e um licor conhecido como munbaeju, originário da Coreia do Norte, mas hoje produzido na vizinha do sul.

A sobremesa também será simbólica: musse de manga enfeitado com o mapa das Coreias e servido em uma cumbuca de madeira, que simboliza as hostilidades entre os países, a ser quebrada com um martelo.

Cada detalhe foi pensado devido à importância da ocasião. A reunião de hoje é histórica por vários motivos. É a primeira vez em 65 anos que um líder da Coreia do Norte pisa no país vizinho.

Também é apenas a terceira vez na história que os mandatários das Coreias se encontram e a segunda vez que Kim Jong-un se reúne com outro chefe de estado, desde que assumiu o poder em 2011, após uma visita rápida à China no mês passado.

A cúpula também deve preparar o terreno para o que deve ser um encontro ainda mais importante: a reunião entre o presidente americano Donald Trump e Kim, marcada para acontecer em maio ou junho.

Em mais simbolismo, Kim Jong-un cruzou a pé a fronteira entre os dois países, que, tecnicamente, permanecem em guerra, já que um tratado de paz nunca foi assinado desde o final da Guerra das Coreias, em 1953.

O caminho para paz na península é um dos tópicos de discussão da cúpula. Moon já afirmou que a assinatura de um tratado de paz “deve ser buscada” para pôr um fim definitivo no conflito.

Segundo a agência Reuters, o ditador norte-coreano escreveu, no livro de convidados da Casa da Paz sul-coreana, “Uma nova história começa agora – era da paz, desde o ponto de partida da história”, na mensagem.

O objetivo principal do encontro é discutir a desnuclearização da Coreia do Norte, aumentando as chances de um acordo entre o país e os Estados Unidos, após meses de tensão sob a ameaça de uma escalada nos conflitos.

A Coreia do Norte vem dando indicativos que estaria disposta a abrir mão de suas armas nucleares, mas as contrapartidas que seriam exigidas aos EUA para isso ainda não estão claras. Com Moon, é provável que Kim busque discutir um alívio às sanções impostas ao seu país.

O cronograma do encontro incluiu uma rodada de conversas pela manhã, almoços separados, uma cerimônia de plantio de árvores à tarde e uma nova rodada de diálogos à tarde, para depois encerrar com uma declaração conjunta antes do jantar.

Diante das poucas horas reservadas para discutir assuntos de tamanha complexidade é improvável que o encontro renda qualquer acordo concreto, mas é um dos passos mais importantes até agora para um entendimento entre as duas Coreias. Com muito munbaeju, claro.

Acompanhe tudo sobre:Às SeteCoreia do NorteCoreia do SulDiplomaciaExame Hoje

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame