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Um cobertor no Líbano para aquecer o inverno dos refugiados

Um simples cobertor é o objeto mais cobiçado entre os milhares de refugiados sírios que se deslocaram para o Líbano

Refugiados: com a chegada do inverno, as organizações humanitárias se esforçam para aliviar os rigores que o frio acrescenta (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de dezembro de 2013 às 09h29.

Kueshra - Um simples cobertor é o objeto mais cobiçado entre os milhares de refugiados sírios que, como Kafa Abderrahman, se deslocaram para o Líbano fugindo da guerra em seu país.

Com a chegada do inverno, as organizações humanitárias se esforçam para aliviar os rigores que o frio acrescenta agora a uma situação que qualificam de "dramática".

Abderrahman espera na longa fila de pessoas fora do restaurante Yeldezlare, em Kueshra, na província libanesa de Akkar, para receber algo da ajuda que a Agência da ONU para os Refugiados (Acnur) está distribuindo.

Esta mulher, mãe de família, chegou há cinco meses ao Líbano, com seu marido e seus seis filhos: "Meu marido está doente e não temos roupa de frio, precisamos nos aquecer", lamentou Abderrahman, que protege a boca do frio com o véu que leva na cabeça.

As pessoas na fila contam que nevou na véspera ali, próximo à fronteira com a Síria, onde pela noite as temperaturas chegam a abaixo de zero.

Ao longe se vislumbram os picos cobertos de neve nas montanhas, enquanto o céu coberto ameaça descarregar pesadas chuvas em breve.

Muitos vão vestidos com uma simples túnica e usam chinelos de plástico com meias. Algumas mulheres vão acompanhadas de seus filhos pequenos na busca de ajuda para aliviar os rigores do frio.

No interior do restaurante, voluntários dividem cartões de crédito para comprar estufas e combustível, e explicam aos refugiados como usá-las.

Para confirmar que receberam os cartões os refugiados marcam a digital em um papel, e se apressam em buscar o cupom com o qual têm direito a levar cobertores.

"Sentimos muito frio", reclama Wafaa, filha de Adel Ata, um professor de Geografia nascido na província central de Homs, na fronteira com o Líbano.


Eles são uma família de 13 pessoas, sete crianças, e se queixam que não têm como se aquecer nas baixas temperaturas. "Não temos nem um cobertor ou algo para afugentar o frio", explicou Ata à Agência Efe.

Há quatro meses no Líbano, ainda foi impossível para este homem encontrar trabalho de nenhum tipo.

Os alarmes sobre a precária situação dos refugiados durante este inverno dispararam esta semana com a chegada da tempestade Alexa, um temporal de vento, neve e chuva, que castigou vários países do Oriente Médio, entre eles o Líbano, que abriga 838 mil sírios.

Pelo menos dois menores de idade morreram em consequência das baixas temperaturas na cidade libanesa de Arsal, na fronteira com a Síria, e outros dois dentro do território sírio na população de Al Rastan e em Aleppo.

Nos últimos dias, a Acnur e outras organizações internacionais pediram que sejam redobrados os esforços para diminuir uma situação que qualificaram de "dramática e lamentável".

No meio destas difíceis condições, também há gestos individuais que contribuem para suavizar o sofrimento dos refugiados.

Mona Abdelkarim, uma síria de 42 anos, da província de Hama, conta que sua família de oito filhos pode comer algo graças à solidariedade de seus vizinhos libaneses.

"Com a comida vamos nos virando, o que não temos é combustível para a calefação", desabafou Abdelkarim, cujo marido era pintor na Síria e agora procura trabalho no Líbano, ainda sem sucesso.

À saída do restaurante Yeldezlare há um caminhão carregado com cobertores que os deslocados levam as dezenas, já que a maioria deles tem prole numerosa.

Lá fora vários táxis coletivos esperam para levar os refugiados aos campos ilegais, fábricas abandonadas e casas compartilhadas por várias famílias, já que no Líbano as autoridades não estabeleceram acampamentos oficiais.

Um dos veículos começa circular e cerca de dez quilômetros do restaurante para que um casal desça. Imediatamente desaparecem em meio às pessoas e aos barracos, onde pelo menos esta noite terão uma manta para cobri-los.

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Kueshra - Um simples cobertor é o objeto mais cobiçado entre os milhares de refugiados sírios que, como Kafa Abderrahman, se deslocaram para o Líbano fugindo da guerra em seu país.

Com a chegada do inverno, as organizações humanitárias se esforçam para aliviar os rigores que o frio acrescenta agora a uma situação que qualificam de "dramática".

Abderrahman espera na longa fila de pessoas fora do restaurante Yeldezlare, em Kueshra, na província libanesa de Akkar, para receber algo da ajuda que a Agência da ONU para os Refugiados (Acnur) está distribuindo.

Esta mulher, mãe de família, chegou há cinco meses ao Líbano, com seu marido e seus seis filhos: "Meu marido está doente e não temos roupa de frio, precisamos nos aquecer", lamentou Abderrahman, que protege a boca do frio com o véu que leva na cabeça.

As pessoas na fila contam que nevou na véspera ali, próximo à fronteira com a Síria, onde pela noite as temperaturas chegam a abaixo de zero.

Ao longe se vislumbram os picos cobertos de neve nas montanhas, enquanto o céu coberto ameaça descarregar pesadas chuvas em breve.

Muitos vão vestidos com uma simples túnica e usam chinelos de plástico com meias. Algumas mulheres vão acompanhadas de seus filhos pequenos na busca de ajuda para aliviar os rigores do frio.

No interior do restaurante, voluntários dividem cartões de crédito para comprar estufas e combustível, e explicam aos refugiados como usá-las.

Para confirmar que receberam os cartões os refugiados marcam a digital em um papel, e se apressam em buscar o cupom com o qual têm direito a levar cobertores.

"Sentimos muito frio", reclama Wafaa, filha de Adel Ata, um professor de Geografia nascido na província central de Homs, na fronteira com o Líbano.


Eles são uma família de 13 pessoas, sete crianças, e se queixam que não têm como se aquecer nas baixas temperaturas. "Não temos nem um cobertor ou algo para afugentar o frio", explicou Ata à Agência Efe.

Há quatro meses no Líbano, ainda foi impossível para este homem encontrar trabalho de nenhum tipo.

Os alarmes sobre a precária situação dos refugiados durante este inverno dispararam esta semana com a chegada da tempestade Alexa, um temporal de vento, neve e chuva, que castigou vários países do Oriente Médio, entre eles o Líbano, que abriga 838 mil sírios.

Pelo menos dois menores de idade morreram em consequência das baixas temperaturas na cidade libanesa de Arsal, na fronteira com a Síria, e outros dois dentro do território sírio na população de Al Rastan e em Aleppo.

Nos últimos dias, a Acnur e outras organizações internacionais pediram que sejam redobrados os esforços para diminuir uma situação que qualificaram de "dramática e lamentável".

No meio destas difíceis condições, também há gestos individuais que contribuem para suavizar o sofrimento dos refugiados.

Mona Abdelkarim, uma síria de 42 anos, da província de Hama, conta que sua família de oito filhos pode comer algo graças à solidariedade de seus vizinhos libaneses.

"Com a comida vamos nos virando, o que não temos é combustível para a calefação", desabafou Abdelkarim, cujo marido era pintor na Síria e agora procura trabalho no Líbano, ainda sem sucesso.

À saída do restaurante Yeldezlare há um caminhão carregado com cobertores que os deslocados levam as dezenas, já que a maioria deles tem prole numerosa.

Lá fora vários táxis coletivos esperam para levar os refugiados aos campos ilegais, fábricas abandonadas e casas compartilhadas por várias famílias, já que no Líbano as autoridades não estabeleceram acampamentos oficiais.

Um dos veículos começa circular e cerca de dez quilômetros do restaurante para que um casal desça. Imediatamente desaparecem em meio às pessoas e aos barracos, onde pelo menos esta noite terão uma manta para cobri-los.

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