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UE prevê negociações do Brexit após eleição britânica em junho

Tendo descartado anteriormente a antecipação da eleição, May agora aposta na conquista de uma maioria que poderia ajudá-la a concretizar a separação

Brexit: o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, conversou com May após sua reviravolta dramática de terça-feira (Darren Staples/Reuters)
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Reuters

Publicado em 19 de abril de 2017 às 17h24.

Bruxelas - As negociações sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, o chamado Brexit , irão começar em junho, como planejado, depois que os britânicos votarem em uma eleição geral antecipada, disse a UE nesta quarta-feira, quando o Parlamento aprovou o pedido da primeira-ministra, Theresa May, para a votação de 8 de junho.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, conversou com May após sua reviravolta dramática de terça-feira.

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Tendo descartado anteriormente a antecipação de uma eleição, a premiê agora aposta na conquista de uma maioria mais expressiva que poderia ajudá-la a concretizar a separação de Bruxelas até 2019, apesar das divisões no Reino Unido e em seu próprio partido.

O porta-voz de Juncker disse que a votação não irá atrasar o início das negociações, que o negociador-chefe da comissão, Michel Barnier, havia dito anteriormente que iria se iniciar no princípio de junho.

Mas é provável que leve alguns dias, supondo uma vitória em 8 de junho, para que May confirme sua equipe de negociação, atualmente comandada pelo secretário do Brexit, David Davis --que, ao contrário de May, é oponente de longa data da filiação britânica à UE.

Por ora, os negociadores de Bruxelas e os governos dos 27 outros países-membros do bloco continuam a sintonizar sua posição comum para as conversas. Uma cúpula em 29 de abril deve abrir caminho para Barnier apresentar suas instruções finais para a negociação em 22 de maio.

Autoridades da UE disseram que "conversas sobre conversas" podem começar no final de maio para estabelecer, por exemplo, como as tratativas serão estruturadas. Não ficou claro como a eleição pode afetar esse processo.

Diplomatas falaram sobre uma concordância incomum entre governos do bloco, ao menos no momento, no tocante a fazer com que May não consiga obter um acordo favorável demais que possa incentivar outros Estados a seguir seu exemplo.

Enfatizando que o Reino Unido irá perder benefícios na UE, o porta-voz de Juncker rejeitou uma insinuação feita pelo ministério de Davis nesta semana segundo a qual duas autoridades da união, a Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla em inglês) e a Agência de Remédios Europeia (EMA) podem não ter que deixar Londres.

Contrapondo-se à insinuação britânica de que sua transferência está "sujeita às negociações de saída", o porta-voz disse aos repórteres: "isso não é parte das negociações do Brexit". Ambos certamente seria transferidos de maneira a continuar no território do bloco.

Autoridades da UE saudaram a decisão de May de convocar a eleição, mas continuam cautelosas a respeito de seu impacto em um acordo definitivo.

Muito pode depender de um fator: uma maioria mais numerosa deixar May menos dependente dos radicais de seu Partido Conservador.

Estes disseram que preferem rejeitar qualquer acordo do que aceitar as exigências de Bruxelas para que seu país continue a se submeter às regras da UE.

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