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UE precisa de 10 vezes mais equipamentos contra coronavírus

Documento interno da UE mostra que demanda por itens de proteção pessoal e equipamentos é maior do que as cadeias de suprimento tradicionais podem oferecer

Coronavírus: cadeia tradicional deve atender apenas 10% da demanda, aponta documento da UE (Antonio Masiello/Getty Images)
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Reuters

Publicado em 25 de março de 2020 às 12h42.

Última atualização em 25 de março de 2020 às 12h43.

Os países da União Europeia precisam de 10 vezes mais equipamentos de proteção pessoal e outros aparelhos médicos para enfrentar o coronavírus , como ventiladores pulmonares, do que as cadeias de suprimento tradicionais podem oferecer, mostrou um documento interno da UE nesta quarta-feira.

O bloco de 27 nações está correndo há semanas para obter equipamentos cruciais, como máscaras, ventiladores para pacientes com problemas respiratórios graves e outros produtos médicos, desde que a epidemia de coronavírus se espalhou para o continente no início deste ano.

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Mas, apesar dos esforços, "a disponibilidade e suprimento de equipamentos de proteção pessoal e outros aparelhos médicos, em particular ventiladores, em toda a Europa, continua preocupante", disse a Comissão Europeia em um documento de 25 de março visto pela Reuters.

"Estimativas internas da Comissão mostram que o suprimento 'tradicional' só conseguirá atender cerca de 10% da demanda", disse o texto, dando uma cifra para a escassez de materiais essenciais para combater o vírus altamente contagioso pela primeira vez.

A falta de equipamento médico está expondo pessoas da área médica a riscos altos de contágio, o que por sua vez ameaça pacientes que poderiam ser infectados por médicos ou enfermeiras.

Na Itália e na Espanha, os dois países da UE mais afetados pelo surto até agora, mais de 5 mil pessoas da área médica já foram contaminadas, de acordo com números oficiais divulgados na terça-feira.

Isso coloca o número de casos entre profissionais da área médica em quase 9% do total de casos registrados na Itália e em mais de 13% na Espanha, embora os médicos sejam mais propensos a ser examinados do que a população geral.

O documento da Comissão disse que a maioria dos Estados da UE têm estoques limitados e capacidade idem para acelerar a produção de equipamento médico, o que os expõe a carências cada vez maiores se equipamentos essenciais não forem importados rapidamente.

Ainda na terça-feira, a Comissão disse que está perto de firmar acordos com fornecedores de máscaras, óculos, aventais e outros equipamentos quase um mês depois de iniciar um processo de aquisição conjunto em nome de 25 das 27 nações do bloco para obter os equipamentos de proteção.

A situação é agravada pelas restrições impostas por alguns membros da UE à exportação de equipamento médico de outros integrantes do bloco.

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