Tropas sírias em Dumayna (AFP / Joseph Eid)
Da Redação
Publicado em 2 de junho de 2013 às 11h54.
Moscou - Os países que fornecerem armas à oposição síria deverão garantir primeiro que estas não caiam nas mãos equivocadas e que seu uso se limite a proteger a população civil, advertiu neste domingo a chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Catherine Ashton, em entrevista publicada neste domingo pela agência russa 'Interfax'.
'O fornecimento só pode se destinar à coalizão da oposição síria para a defesa da população civil, e além disso deve haver garantias de quem é o usuário final', disse Ashton na véspera da cúpula entre Rússia e UE.
A chefe da diplomacia europeia, que chega amanhã à cidade russa de Yekaterimburgo para participar da cúpula bilateral, lembrou que 'a decisão sobre a exportação ou não das armas à oposição síria será tomada por cada um dos países-membros'.
Ashton reiterou que a decisão de retirar o embargo de armas aos rebeldes sírios, adotada na segunda-feira passada, será revisada sob a luz dos resultados da conferência internacional de paz para a Síria, proposta por Moscou e Washington e que ainda não foi convocada.
'Todos os Estados-membros concordaram que não exportarão armas nesta etapa e avaliarão antes de tudo o andamento do processo político', afirmou a diplomata.
Ashton acrescentou que 'o Conselho Europeu revisará a situação antes de 1º de agosto' levando em conta o relatório que está sendo preparado após as consultas com o secretário-geral da ONU 'e os avanços da iniciativa russo-americano sobre a convocação da conferência de paz'.
'Acredito que se alcance um progresso político na segunda rodada das negociações em Genebra', previu.
A Rússia e a União Europeia realizam a partir de amanhã uma nova cúpula na qual o conflito sírio será um dos assuntos centrais.
A semana passada começou com a decisão da UE sobre a retirada do embargo de armas e concluiu na sexta-feira com o anúncio de Moscou sobre o fornecimento de mais de dez aviões de combate ao regime do presidente sírio, Bashar al Assad.