UE e FMI revisam reformas econômicas gregas
Inspeção será realizada antes da entrega da 4ª parcela de empréstimo ao país, no valor de € 15 bilhões
Da Redação
Publicado em 31 de janeiro de 2011 às 10h24.
Atenas - Uma missão da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) deve iniciar nesta segunda-feira uma inspeção de duas semanas para revisar o andamento das políticas econômicas gregas e definir a entrega de 15 bilhões de euros ao país, o quarto lance do empréstimo aprovado em abril passado.
Fontes do Ministério das Finanças, citadas pela imprensa grega, explicaram que os analistas revisarão os cortes na Saúde pública e o freio ao desperdício nas empresas estatais deficitárias, como as de transportes e eletricidade.
Em entrevista publicada nesta segunda-feira no jornal ateniense "Ta Nea", o ministro das Finanças grego, Giorgos Papaconstantinou, afirma que "os critérios estruturais e quantitativos se cumpriram" e que, portanto, "não há perigo" de o país perder o quarto lance.
No próximo dia 11 de fevereiro a missão elaborará um relatório sobre a concessão destes empréstimos, parte dos 110 bilhões de euros aprovados pela UE e pelo FMI para evitar a quebra da Grécia.
Dos 15 bilhões de euros, cuja entrega está prevista para março, 10,1 bilhões virão da zona do euro e 4,9 bilhões do FMI.
Papaconstantinou anunciou que, em março, o Parlamento ratificará um novo pacote de medidas de austeridade, que permitirão economizar 12 bilhões de euros entre 2012 e 2014, 5% do PIB.
Com relação aos rumores de que a UE planeja ajudar à Grécia a recomprar bônus abaixo de seu valor nominal para reduzir a dívida, o ministro indicou que "todas as soluções serão discutidas" e detalhou que qualquer decisão será feita no "marco de um pacote europeu".
Na entrevista, Papaconstantinou reconhece que "de qualquer maneira, o tamanho da dívida pública é tal" (se prevê que em 2012 superará os 156% do PIB) que o país precisará "pôr ordem" na economia, "independentemente do que se decida em nível europeu"
"Chegaremos a uma solução para nossos problemas quando deixarmos de agregar déficit à já enorme dívida pública e quando pudermos pagá-la sem pedir novos empréstimos, ou seja, com superávit e com aumento de nossa receita", afirmou o ministro.