Putin prepara guerra longa na Ucrânia, diz chefe de inteligência dos EUA
"A tendência atual aumenta a probabilidade de Putin recorrer a meios mais drásticos" para seguir com a guerra, apontou Avril Haines
Estadão Conteúdo
Publicado em 10 de maio de 2022 às 20h13.
Última atualização em 10 de maio de 2022 às 20h14.
O presidente russo, Vladimir Putin, não reduziu seus objetivos de longo prazo na Ucrânia e ainda busca controlar partes do país além da região leste conhecida como Donbas, onde os combates estão ocorrendo, disse a diretora de Inteligência Nacional americana Avril Haines nesta terça-feira, 10.
O recuo das forças armadas russas para o leste e sul da Ucrânia depois de não conseguir rapidamente tomar Kiev é provavelmente "apenas uma mudança temporária para recuperar a iniciativa", disse Haines a parlamentares em depoimento perante o Comitê de Serviços Armados do Senado.
"Avaliamos que o presidente Putin está se preparando para um conflito prolongado na Ucrânia, durante o qual ele ainda pretende avançar objetivos além do Donbas", afirmou ela. "Avaliamos que os objetivos estratégicos do presidente Putin não mudaram."
As agências de espionagem dos EUA, disse ela, veem uma longa guerra de desgaste que provavelmente não será resolvida pelos atuais combates no leste da Ucrânia e poucas chances de uma solução negociada de curto prazo.
"A tendência atual aumenta a probabilidade de Putin recorrer a meios mais drásticos" para seguir com a guerra, como impor a lei marcial em casa, colocar a economia da Rússia em pé de guerra ou lançar uma ação militar potencialmente de escalada, apontou Haines.
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"Os pontos mais prováveis de escalada nas próximas semanas são em torno das crescentes tentativas russas de interditar a assistência de segurança ocidental (que flui para a Ucrânia), retaliação por sanções econômicas ocidentais ou ameaças ao regime em casa", disse ela.
Os objetivos militares de curto prazo da Rússia são assumir o controle das áreas do leste ucraniano de Luhansk e Donetsk; cercar forças ucranianas bem treinadas que defendem no flanco ocidental; ocupar a cidade meridional de Kherson; e consolidar o controle de uma ponte terrestre que se estende por Odessa potencialmente até a região da Transnístria da Moldávia, disse Haines.
(Estadão Conteúdo com informações de Dow Jones Newswires)
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