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Ucrânia lança operação gradual contra separatistas

Soldados desembarcaram de dois helicópteros em um campo aéreo em Kramatorsk, onde mais cedo repórteres ouviram disparos

Manifestantes pró-Rússia com máscaras guardam uma barricada na frente do escritório do serviço de segurança SBU, tomado por eles, em Luhansk, no leste da Ucrânia (Shamil Zhumatov/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2014 às 21h16.

Kramatorsk/Slaviansk - Forças ucranianas lançaram uma "operação especial" nesta terça-feira contra milícias separatistas no leste da Ucrânia , onde a maioria da população fala russo, disseram as autoridades. Apesar da chegada de tropas por via aérea, a ação foi limitada.

Soldados desembarcaram de dois helicópteros em um campo aéreo em Kramatorsk, onde mais cedo repórteres ouviram disparos que pareciam ter o objetivo de impedir o pouso de um avião da Força Aérea. As tropas voltaram atrás depois de serem recebidas com hostilidade por civis locais reunidos em uma barricada quando tentaram deixar o complexo.

Em Kiev, o presidente interino, Oleksander Turchinov, declarou uma vitória sobre rebeldes pró-Rússia ao dizer que a base aérea foi "liberada". Mas não havia sinais de militantes.

Uma autoridade ucraniana de alto escalão disse à multidão desarmada que tinha vindo dirigir uma "operação antiterrorista" anunciada por Turchinov no começo da terça-feira, depois de mais de uma semana de prazos estabelecidos por Kiev, e vencidos, para que ativistas pró-Moscou armados encerrassem a ocupação de edifícios públicos em cerca de dez localidades no leste do país.

Mas, após uma escaramuça com algumas das centenas de pessoas que entoavam palavras hostis às novas autoridades ucranianas, algumas portando bandeiras russas, as tropas se retiraram no fim da tarde.

O serviço de segurança da Ucrânia informou que uma operação antiterrorista também estava em curso contra separatistas na cidade vizinha de Slaviansk, mas não foram vistas provas de qualquer ação.

Entretanto, a determinação de Kiev de desafiar os militantes, que diz serem organizados pelo Kremlin, marcou uma escalada na maior crise entre Ocidente e Oriente desde a Guerra Fria.

O impasse despertou temores no Ocidente e em Kiev de que a Rússia possa intervir militarmente para "proteger" falantes de russo no leste da Ucrânia, na esteira da anexação da Crimeia no mês passado em reação à derrubada do presidente Viktor Yanukovich, apoiado por Moscou, depois de meses de protestos.

São Paulo - Cerca 300 homens e 20 blindados partiram hoje em direção ao leste da Ucrânia . O objetivo da operação é combater milícias pró-russas, que atuam na região. A ação militar é mais um movimento delicado em meio à crise política por que passa o país. Em pronunciamento, o primeiro-ministro da Rússia Dmitri Medvedev pediu apoio à comunidade internacional e afirmou que a Ucrânia está "à beira da guerra civil".
  • 2. Pronto para o pior

    2 /18(Greg White/Twitter)

  • Veja também

    Soldado protege trincheira no leste da Ucrânia. Em meio à crise poítica, país pode estar à beira de uma guerra civil.
  • 3. Tropas ao leste

    3 /18(@A3AP/Twitter)

  • Comboios ucranianos vão em direção ao leste do país. Ao todo, 300 homens e 20 blindados foram deslocados para a região.
  • 4. Tanques em Izium

    4 /18(Ucranian Updates/Twitter)

    Tanques e tropas ucranianas em Izium, no leste do país. Localizada na provícina de Kharkiv Oblast, cidade fica a 40 quilômetros de Slaviansk, reduto das milícias pró-russas
  • 5. Vigilância

    5 /18(@A3AP/Twitter)

    Soldados ucranianos vigiam estrada ao lado de tanque. Operação no leste do país foi iniciada hoje.
  • 6. Embarque de suprimentos

    6 /18(Chris Dzieciolowski/Twitter)

    Soldado ucraniano organiza embarque de suprimentos em helicóptero em Izium. Cidade fica no leste da Ucrânia, região do país com milícias a favor da união com a Rússia.
  • 7. Kramatorsk

    7 /18(Olaf Koens/Twitter)

    Kramatorsk é uma cidade do leste da Ucrânia. Por lá, os tanques também já chegaram para tentar conter às milícias pró-russas.
  • 8. A 50 km de Slaviansk

    8 /18(Simon Ostrovsk/Twitter)

    Tropas ucranianas abastecem helicópteros a 50 km de Slaviansk. Cidade do leste do país é reduto das milícias pró-russas.
  • 9. Mais tanques

    9 /18(Olaf Koens/Twitter)

    Tanques ucranianos em Kramatorsk. No leste do país, cidade é uma das bases de apoio do exército local na operação de hoje.
  • 10. Perto do rio Donetsk

    10 /18(cstreib/Twitter)

    Coluna de tanques circula nas proximidades do rio Donetsk. Região fica no leste da Ucrânia, para onde foram enviados hoje 300 soldados.
  • 11. A 40 km de Slaviansk

    11 /18(Greg White/Twitter)

    Helicópetros e tanques a 40 km de Slaviansk. Situada no leste da Ucrânia, cidade é reduto das milícias pró-russas.
  • 12. Tropas rebeldes

    12 /18(cstreib/Twitter)

    Tropas rebeldes ao norte de Donetsk. Cidade industrial fica no leste da Ucrânia.
  • 13. Preparado para a guerra

    13 /18(Monika Kalinowska/Twitter)

    Rebelde armado em Slaviansk. Reduto das milícias pró-russas, cidade fica no leste da Ucrânia.Rebelde armado em Slaviansk. Reduto das milícias pró-russas, cidade fica no leste da Ucrânia.
  • 14. Helicópteros sobre Slaviansk

    14 /18(Aureliano Buendia/Twitter)

    Slaviansk é sobrevoada por helicóptero no leste da Ucrânia. Na imagem, é possível ver também um tanque.
  • 15. Kiev x Moscou

    15 /18(Lindsey Hilsum/Twitter)

    Na fronteira com a Rússia, ucranianos do leste se negam a se submeter a regras enviadas por Kiev. Região é foco de milícias pró-russas.
  • 16. Russos em ação?

    16 /18(Anis/Twitter)

    Soldados atuam em Slaviansk, foco das milícias rebeldes na Ucrânia. No Twitter, eles são identificados como membros da Força Especial Russa - mas não há como confirmar esta informação.
  • 17. Rebeldes

    17 /18(cstreib/Twitter)

    Em caminhão, rebeldes ucranianos partem armados rumo à batalha. Na opinião de muitos, país está à beira de uma guerra civil.
  • 18. Agora, veja como as regras da Rússia vão afetar quem vive na Crimeia

    18 /18(REUTERS/Thomas Peter)


  • O Ministério das Relações Exteriores russo declarou estar "profundamente preocupado" com o que diz serem relatos de baixas no leste ucraniano, embora não esteja claro onde tais incidentes teriam ocorrido.

    Um porta-voz do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que o governo da Ucrânia foi obrigado a reagir às "provocações" no leste, mas Washington não cogita enviar armas a Kiev, embora "considere seriamente" aumentar as sanções impostas desde a anexação da Crimeia, declarou a Casa Branca.

    Já o Departamento de Estado afirmou que tal ação é improvável antes de uma reunião em Genebra na quinta-feira na qual EUA, União Europeia e autoridades ucranianas tentarão persuadir a Rússia a esfriar os ânimos.

    Queda de Ações

    Os relatos de ação militar no leste ucraniano fizeram as ações russas despencarem, com os principais índices de Moscou recuando cerca de três por cento.

    O primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev, fez uma avaliação sombria da situação, aparentemente se referindo às mortes de pelo menos duas pessoas no domingo, quando Kiev tentou sem sucesso recobrar o controle de Slaviansk, a 150 quilômetros da fronteira russa.

    "Mais uma vez se derramou sangue na Ucrânia. O país está à beira da guerra civil", disse ele em sua página no Facebook.

    Putin, que diplomatas ocidentais acreditam estar determinado a reafirmar a influência de Moscou no que outrora foi a União Soviética e além, disse ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, que as ações ucranianas no leste são "anticonstitucionais".

    Pelo menos quinze veículos blindados de tropas ostentando bandeiras ucranianas foram estacionados ao lado de uma estrada 50 quilômetros ao norte de Slaviansk, disseram testemunhas.

    Na própria Slaviansk, separatistas ocuparam o quartel-general da polícia e do serviço de segurança.

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