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Ucrânia diz ter retomado controle de plataformas de petróleo e gás no Mar Negro

Conhecidas como "Boiko Towers", as plataformas estavam nas mãos da Rússia desde 2015, segundo a Reuters; Kiev diz ter avançado também em posições no leste e sul do país

As plataformas estavam nas mãos da Rússia desde 2015 e era usadas por Moscou para fins militares desde o início da ofensiva em grande escala, em fevereiro do ano passado (Ministério da Defesa da Rússia/Divulgação)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 11 de setembro de 2023 às 10h28.

A Ucrânia declarou, nesta segunda-feira, ter retomado o controle de plataformas de petróleo e gás no Mar Negro, perto da Crimeia, a península anexada pela Rússia em 2014. De acordo com as informações da agência de notícias Reuters, a unidade de inteligência militar ucraniana [GUR] chamou de “operação única”, no Telegram, a ação que teria resultado na recuperação das plataformas conhecidas como “Boiko Towers” [“Torres Boiko”].

Segundo a GUR, as plataformas estavam nas mãos da Rússia desde 2015 e era usadas por Moscou para fins militares desde o início da ofensiva em grande escala, em fevereiro do ano passado. O governo russo não comentou as declarações.

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"Para a Ucrânia, retomar o controle das “Boiko Towers” teve importância estratégica e, como consequência, a Rússia perdeu capacidade de usá-las para fins militares. A Rússia foi impedida de ter controle total das águas do Mar Negro e isso bota a Ucrânia muitos passos mais perto de retomar a Crimeia", disse a GUR em um vídeo publicado no Telegram, de acordo com a Reuters.

Bandeira

O vídeo de 10 minutos divulgado pela inteligência militar ucraniana mostra unidades de elite se aproximando de uma plataforma de petróleo e gás a bordo de pequenas lanchas rápidas e, em seguida, entrando no local para hastear a bandeira ucraniana.

"[As forças ucranianas] conseguiram assumir o controle de troféus preciosos: um estoque de munições para helicópteros, assim como o radar 'Neva', que permite seguir os movimentos dos navios no Mar Negro", acrescentaram durante o vídeo.

Banhando a Ucrânia, a Rússia e três países da Otan [a aliança militar ocidental encabeçada pelos EUA], o Mar Negro se tornou um dos principais teatro de guerra na Ucrânia desde a decisão de Moscou de encerrar o acordo que garantia a exportação de grãos ucranianos em julho. O governo russo ameaçou atacar qualquer navio que chegue ou saia de portos ucranianos, impondo um bloqueio que obrigou Kiev a buscar rotas alternativas para escoar seus produtos.

Contraofensiva

Em outra frente, o ministério da Defesa da Ucrânia reivindicou, nesta segunda-feira, avanços no sul do país, onde o exército registrou progressos nas últimas semanas, e no leste, perto de Bakhmut. declarou a vice-ministra da Defesa, Ganna Maliar. A vice-ministra disse que as forças do país "continuam suas operações ofensivas no sul" e avançaram ao sul de Robotyne [localidade retomada dos russos no fim de agosto] e no oeste de Verbove.

Apesar da dificuldade com as linhas de defesa fortalecidas construídas pelos russos, os campos minados, trincheiras e armadilhas antitanques, Kiev afirma que espera avançar no sul, na área de Robotyne. E a primeira linha de defesa russa nesta área da região de Zaporíjia foi rompida, o que abre caminho para seguir com a ofensiva em direção às cidades de Tokmak e Melitopol, duas localidades importantes para a logística do exército russo, afirmaram as autoridades ucranianas.

Na região de Bakhmut, no leste do país, também foram registrados avanços e o exército ucraniano progrediu na área de Klishchiivka e Andriivka, disse a vice-ministra.

"Na semana passada, quase dois quilômetros quadrados de território foram liberados perto de Bakhmut. No total, 49 quilômetros quadrados foram liberados nos flancos da cidade desde o início da contraofensiva ucraniana em junho", informou Maliar.

A vice-ministra registrou ainda a tomada de parte de Opytne, um localidade próxima da cidade de Avdivka, outro ponto de tensão da frente de batalha atual. (Com AFP)

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