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Ucrânia ameaça levar aumento de preço de gás aos tribunais

A Ucrânia "não aceita" o novo preço do gás imposto pela Rússia, de quase 500 dólares por 1.000 metros cúbicos, disse premiê

Arseni Yatseniuk: preço imposto pela Rússia é inaceitável, disse o premiê (Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de abril de 2014 às 08h28.

A Ucrânia rejeitou neste sábado o aumento do preço do gás russo e ameaçou levar seu poderoso vizinho a um tribunal de arbitragem na Suécia, o que pode ameaçar o abastecimento da Europa Ocidental.

A Ucrânia "não aceita" o novo preço do gás imposto pela Rússia, de quase 500 dólares por 1.000 metros cúbicos, afirmou neste sábado o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk.

"A pressão política é inaceitável. E não aceitamos o preço de 500 dólares", afirmou o chefe de governo no conselho de ministros, depois que Moscou anunciou um aumento de 81% no preço do fornecimento de gás à Ucrânia.

"A Rússia fracassou em se apoderar da Ucrânia mediante a agressão armada. Agora lança o plano para se apoderar da Ucrânia mediante a agressão de gás e econômica", acrescentou o primeiro-ministro, que pediu ao seu governo que se prepare para a possibilidade de que a "Rússia restrinja ou detenha o abastecimento de gás" à Ucrânia.

O ministro ucraniano da Energia, Yuri Prodan, afirmou que, na falta de acordo sobre o preço do gás, Kiev recorrerá a um tribunal de arbitragem, como estipula o contrato.

"Vamos tentar chegar a um acordo. Se não conseguirmos, recorreremos ao tribunal de arbitragem", disse.

Moscou cancelou nesta semana dois descontos que fazia à Ucrânia no fornecimento de gás. Em 72 horas, o preço passou de 268 a 485 dólares por 1.000 metros cúbicos, um dos mais altos na Europa.

Um porta-voz da empresa de gás russa Gazprom, citado pela agência Interfax, lembrou que os descontos anulados foram acertados em 2010 e 2013, após a assinatura do contrato inicial, em 2009.

Os dois vizinhos atravessam uma crise em suas relações após a destituição do presidente ucraniano pró-russo Viktor Yanukovytch no fim de fevereiro.

A Rússia se apoderou em março da península ucraniana da Crimeia, após um referendo que Kiev e os ocidentais não reconhecem, e mobilizou dezenas de milhares de soldados nas fronteiras da Ucrânia, na pior crise entre Leste e Oeste desde o fim da Guerra Fria.

Yatseniuk alertou para o fantasma de uma nova "guerra do gás", que pode colocar em risco o fornecimento europeu, enquanto em Atenas os ministros das Relações Exteriores da UE terminavam uma reunião informal consagrada, em grande parte, à crise ucraniana.

A chanceler alemã, Angela Merkel, ameaçou neste sábado a Rússia com novas sanções, desta vez econômicas, se Moscou violar novamente a integridade da Ucrânia.

"Se voltarem a levantar a mão contra a integridade da Ucrânia, teremos que aplicar sanções econômicas", declarou Merkel durante a reunião de seu partido conservador CDU para definir seu programa para as eleições europeias.

A chanceler afirmou que ninguém deve se equivocar sobre a capacidade que os países europeus têm de entrar em acordo em torno desse tipo de medidas.

"Ninguém quer interromper as negociações" com a Rússia, garantiu Merkel. "Mas a lei do mais forte não pode passar por cima do direito" internacional, acrescentou.

A União Europeia (UE) manifestou novamente neste sábado sua determinação em persuadir Moscou para diminuir a tensão na Ucrânia e retomar o diálogo com este ator importante.

"Seguiremos tentando persuadir a Rússia sobre a importância de baixar a tensão para retomar o diálogo no futuro", declarou a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, em uma coletiva de imprensa ao término da reunião ministerial em Atenas.

A mensagem dos ministros das Relações Exteriores foi a mesma que vem sendo repetida pelos 28 países-membros desde que a Rússia anexou a Crimeia.

Moscou já interrompeu o fornecimento de gás à Ucrânia em duas ocasiões, em 2005/6 e em 2009/10, devido a conflitos entre as duas ex-repúblicas soviéticas, suspendendo ao mesmo tempo o fluxo de exportação para a Europa, ainda muito dependente da Rússia neste campo.

A Gazprom, a gigante russa do gás, acusada com frequência de ser um braço armado do Kremlin, fornece aproximadamente um terço do que é utilizado pela União Europeia, que, mais uma vez, devido à atual crise, falou de sua intenção de reduzir esta dependência. Cerca de 40% deste gás transita através da Ucrânia.

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A Ucrânia rejeitou neste sábado o aumento do preço do gás russo e ameaçou levar seu poderoso vizinho a um tribunal de arbitragem na Suécia, o que pode ameaçar o abastecimento da Europa Ocidental.

A Ucrânia "não aceita" o novo preço do gás imposto pela Rússia, de quase 500 dólares por 1.000 metros cúbicos, afirmou neste sábado o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk.

"A pressão política é inaceitável. E não aceitamos o preço de 500 dólares", afirmou o chefe de governo no conselho de ministros, depois que Moscou anunciou um aumento de 81% no preço do fornecimento de gás à Ucrânia.

"A Rússia fracassou em se apoderar da Ucrânia mediante a agressão armada. Agora lança o plano para se apoderar da Ucrânia mediante a agressão de gás e econômica", acrescentou o primeiro-ministro, que pediu ao seu governo que se prepare para a possibilidade de que a "Rússia restrinja ou detenha o abastecimento de gás" à Ucrânia.

O ministro ucraniano da Energia, Yuri Prodan, afirmou que, na falta de acordo sobre o preço do gás, Kiev recorrerá a um tribunal de arbitragem, como estipula o contrato.

"Vamos tentar chegar a um acordo. Se não conseguirmos, recorreremos ao tribunal de arbitragem", disse.

Moscou cancelou nesta semana dois descontos que fazia à Ucrânia no fornecimento de gás. Em 72 horas, o preço passou de 268 a 485 dólares por 1.000 metros cúbicos, um dos mais altos na Europa.

Um porta-voz da empresa de gás russa Gazprom, citado pela agência Interfax, lembrou que os descontos anulados foram acertados em 2010 e 2013, após a assinatura do contrato inicial, em 2009.

Os dois vizinhos atravessam uma crise em suas relações após a destituição do presidente ucraniano pró-russo Viktor Yanukovytch no fim de fevereiro.

A Rússia se apoderou em março da península ucraniana da Crimeia, após um referendo que Kiev e os ocidentais não reconhecem, e mobilizou dezenas de milhares de soldados nas fronteiras da Ucrânia, na pior crise entre Leste e Oeste desde o fim da Guerra Fria.

Yatseniuk alertou para o fantasma de uma nova "guerra do gás", que pode colocar em risco o fornecimento europeu, enquanto em Atenas os ministros das Relações Exteriores da UE terminavam uma reunião informal consagrada, em grande parte, à crise ucraniana.

A chanceler alemã, Angela Merkel, ameaçou neste sábado a Rússia com novas sanções, desta vez econômicas, se Moscou violar novamente a integridade da Ucrânia.

"Se voltarem a levantar a mão contra a integridade da Ucrânia, teremos que aplicar sanções econômicas", declarou Merkel durante a reunião de seu partido conservador CDU para definir seu programa para as eleições europeias.

A chanceler afirmou que ninguém deve se equivocar sobre a capacidade que os países europeus têm de entrar em acordo em torno desse tipo de medidas.

"Ninguém quer interromper as negociações" com a Rússia, garantiu Merkel. "Mas a lei do mais forte não pode passar por cima do direito" internacional, acrescentou.

A União Europeia (UE) manifestou novamente neste sábado sua determinação em persuadir Moscou para diminuir a tensão na Ucrânia e retomar o diálogo com este ator importante.

"Seguiremos tentando persuadir a Rússia sobre a importância de baixar a tensão para retomar o diálogo no futuro", declarou a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, em uma coletiva de imprensa ao término da reunião ministerial em Atenas.

A mensagem dos ministros das Relações Exteriores foi a mesma que vem sendo repetida pelos 28 países-membros desde que a Rússia anexou a Crimeia.

Moscou já interrompeu o fornecimento de gás à Ucrânia em duas ocasiões, em 2005/6 e em 2009/10, devido a conflitos entre as duas ex-repúblicas soviéticas, suspendendo ao mesmo tempo o fluxo de exportação para a Europa, ainda muito dependente da Rússia neste campo.

A Gazprom, a gigante russa do gás, acusada com frequência de ser um braço armado do Kremlin, fornece aproximadamente um terço do que é utilizado pela União Europeia, que, mais uma vez, devido à atual crise, falou de sua intenção de reduzir esta dependência. Cerca de 40% deste gás transita através da Ucrânia.

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