Ucrânia acusa Moscou de querer destruir país
Mais de 2.000 pró-russos atacaram na tarde deste domingo a sede da Polícia na cidade portuária do sul, contatou a AFP
Da Redação
Publicado em 4 de maio de 2014 às 13h07.
A Ucrânia acusou a Rússia de tentar destrui-la depois do aumento das ações separatistas no leste do país e da violência em Odessa, onde os pró-russos atacaram neste domingo um prédio da Polícia.
Mais de 2.000 pró-russos atacaram na tarde deste domingo a sede da Polícia na cidade portuária do sul, contatou a AFP.
Os agressores, armados com bastões, derrubaram um primeiro portão com dois caminhões, exigindo a libertação de seus companheiros detidos na sexta-feira depois dos confrontos entre pró-russos e defensores da unidade ucraniana. Esses episódios de violência causaram um incêndio criminoso que deixou mais de 40 mortos, principalmente militantes separatistas.
"O que aconteceu em Odessa faz parte do plano da Federação da Rússia para destruir a Ucrânia e seu Estado", havia acusado pouco antes o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, que chegou durante a manhã a Odessa.
"O objetivo da Rússia era repetir em Odessa o que acontece no leste do país", acrescentou. "É um plano financiado e organizado por profissionais que manipularam pessoas comuns, mas nossa união será a melhor resposta a esses terroristas".
Este domingo marca o segundo dia de "luto nacional" para as vítimas da tragédia de Odessa.
Usando terno e gravata pretos em sinal de luto, Arseni Yatseniuk anunciou a destituição das autoridades da Polícia na cidade.
Testemunhas em Odessa contaram à AFP o drama de sexta-feira. O incêndio, segundo eles, foi causado por causa de uma vingança de milhares de torcedores de futebol e manifestantes pró-Ucrânia, revoltados por terem sido violentamente atacado antes por militantes pró-russos.
Uma multidão enfurecida destruiu um acampamento de ativistas pró-Rússia, antes de cercar a Casa dos Sindicatos, onde os militantes tinham se refugiado. O prédio foi incendiado com coquetéis molotov, deixando dezenas de pessoas sem ter como sair.
"Ira divina"
O patriarca ortodoxo de Kiev, Filaret, também acusou a Rússia: "Os serviços especiais russos estão por trás desta onda de violência e dos atos terroristas. O governo russo e o presidente (Vladimir) Putin são pessoalmente os responsáveis", disse Filaret neste domingo.
Falando diretamente à Rússia e a seus líderes, ele acrescentou: "Parem, não multipliquem seus pecados, não provoquem um novo banho de sangue. Não aticem a ira divina!".
A noite de sábado para domingo foi de grande tensão no leste, com vários incidentes e atos de violência na região mineradora oriental de Donbass, na fronteira com a Rússia, que reúne as regiões de Lugansk e Donetsk.
Incidentes foram registrados na noite de sábado em Lugansk, Donetsk, Mariupol. Postos de controle rebeldes foram destruídos em combates noturnos perto de Kostiantynivka.
Em Kramatorsk, ainda sob controle dos rebeldes neste domingo após o ataque do Exército a um posto de controle no sábado, "as pessoas estão com muito medo", disse o militante pró-russo Artiom Gaspogrian. "Ninguém acreditava que fosse haver operações militares em Kramatorsk".
Em Slaviansk, o ambiente era de relativa calma após a libertação de uma equipe de observadores da OSCE no sábado, após oito dias de sequestro por insurgentes pró-russos.
Em Kharkiv, cerca de 500 militantes separatistas ignoraram uma proibição a manifestações e se reuniram diante de um monumento a Lenin gritando que "não esquecerão" e "não perdoarão" os eventos em Odessa. "Slaviansk, cidade heroica", gritavam.
"Depois do fim da operação em Slaviansk e em Kramatorsk, vamos chegar a uma fase ativa da operação nas outras cidades" controladas pelos separatistas, havia alertado na noite de sábado o secretário do Conselho de Segurança Nacional e de Defesa, Andrei Parubi.
"Sangue corre na Ucrânia"
A Rússia denunciou neste domingo um "bloqueio" nas informações divulgadas ao Ocidente sobre os "eventos trágicos" na Ucrânia.
"Até nos círculos da OSCE, ninguém sabe que o sangue corre na Ucrânia e que o Exército atira em pessoas desarmadas. De que liberdade de manifestação e de imprensa se pode falar em tais condições?", protestou o Ministério das Relações Exteriores russo.
A Rússia, que os ocidentais e Kiev acusam de coordenar as ações separatistas no leste, havia considerado "no mínimo absurdo falar de eleições" na Ucrânia no contexto atual de violência, enquanto uma eleição presidencial antecipada está prevista para 25 de maio para eleger o sucessor de Viktor Yanukovytch, derrubado em fevereiro.
O jornal alemão Bild am Sonntag indicou que dezenas de especialistas dos serviços de inteligência americana e do FBI estão prestando assessoria ao governo ucraniano para ajudá-lo a acabar com a rebelião no leste e organize um esquema de segurança eficaz.
O Bild indicou que os agentes não estão diretamente envolvidos em confrontos com os separatistas. "Sua atividade está limitada à capital, Kiev", segundo o diário.
A Ucrânia acusou a Rússia de tentar destrui-la depois do aumento das ações separatistas no leste do país e da violência em Odessa, onde os pró-russos atacaram neste domingo um prédio da Polícia.
Mais de 2.000 pró-russos atacaram na tarde deste domingo a sede da Polícia na cidade portuária do sul, contatou a AFP.
Os agressores, armados com bastões, derrubaram um primeiro portão com dois caminhões, exigindo a libertação de seus companheiros detidos na sexta-feira depois dos confrontos entre pró-russos e defensores da unidade ucraniana. Esses episódios de violência causaram um incêndio criminoso que deixou mais de 40 mortos, principalmente militantes separatistas.
"O que aconteceu em Odessa faz parte do plano da Federação da Rússia para destruir a Ucrânia e seu Estado", havia acusado pouco antes o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, que chegou durante a manhã a Odessa.
"O objetivo da Rússia era repetir em Odessa o que acontece no leste do país", acrescentou. "É um plano financiado e organizado por profissionais que manipularam pessoas comuns, mas nossa união será a melhor resposta a esses terroristas".
Este domingo marca o segundo dia de "luto nacional" para as vítimas da tragédia de Odessa.
Usando terno e gravata pretos em sinal de luto, Arseni Yatseniuk anunciou a destituição das autoridades da Polícia na cidade.
Testemunhas em Odessa contaram à AFP o drama de sexta-feira. O incêndio, segundo eles, foi causado por causa de uma vingança de milhares de torcedores de futebol e manifestantes pró-Ucrânia, revoltados por terem sido violentamente atacado antes por militantes pró-russos.
Uma multidão enfurecida destruiu um acampamento de ativistas pró-Rússia, antes de cercar a Casa dos Sindicatos, onde os militantes tinham se refugiado. O prédio foi incendiado com coquetéis molotov, deixando dezenas de pessoas sem ter como sair.
"Ira divina"
O patriarca ortodoxo de Kiev, Filaret, também acusou a Rússia: "Os serviços especiais russos estão por trás desta onda de violência e dos atos terroristas. O governo russo e o presidente (Vladimir) Putin são pessoalmente os responsáveis", disse Filaret neste domingo.
Falando diretamente à Rússia e a seus líderes, ele acrescentou: "Parem, não multipliquem seus pecados, não provoquem um novo banho de sangue. Não aticem a ira divina!".
A noite de sábado para domingo foi de grande tensão no leste, com vários incidentes e atos de violência na região mineradora oriental de Donbass, na fronteira com a Rússia, que reúne as regiões de Lugansk e Donetsk.
Incidentes foram registrados na noite de sábado em Lugansk, Donetsk, Mariupol. Postos de controle rebeldes foram destruídos em combates noturnos perto de Kostiantynivka.
Em Kramatorsk, ainda sob controle dos rebeldes neste domingo após o ataque do Exército a um posto de controle no sábado, "as pessoas estão com muito medo", disse o militante pró-russo Artiom Gaspogrian. "Ninguém acreditava que fosse haver operações militares em Kramatorsk".
Em Slaviansk, o ambiente era de relativa calma após a libertação de uma equipe de observadores da OSCE no sábado, após oito dias de sequestro por insurgentes pró-russos.
Em Kharkiv, cerca de 500 militantes separatistas ignoraram uma proibição a manifestações e se reuniram diante de um monumento a Lenin gritando que "não esquecerão" e "não perdoarão" os eventos em Odessa. "Slaviansk, cidade heroica", gritavam.
"Depois do fim da operação em Slaviansk e em Kramatorsk, vamos chegar a uma fase ativa da operação nas outras cidades" controladas pelos separatistas, havia alertado na noite de sábado o secretário do Conselho de Segurança Nacional e de Defesa, Andrei Parubi.
"Sangue corre na Ucrânia"
A Rússia denunciou neste domingo um "bloqueio" nas informações divulgadas ao Ocidente sobre os "eventos trágicos" na Ucrânia.
"Até nos círculos da OSCE, ninguém sabe que o sangue corre na Ucrânia e que o Exército atira em pessoas desarmadas. De que liberdade de manifestação e de imprensa se pode falar em tais condições?", protestou o Ministério das Relações Exteriores russo.
A Rússia, que os ocidentais e Kiev acusam de coordenar as ações separatistas no leste, havia considerado "no mínimo absurdo falar de eleições" na Ucrânia no contexto atual de violência, enquanto uma eleição presidencial antecipada está prevista para 25 de maio para eleger o sucessor de Viktor Yanukovytch, derrubado em fevereiro.
O jornal alemão Bild am Sonntag indicou que dezenas de especialistas dos serviços de inteligência americana e do FBI estão prestando assessoria ao governo ucraniano para ajudá-lo a acabar com a rebelião no leste e organize um esquema de segurança eficaz.
O Bild indicou que os agentes não estão diretamente envolvidos em confrontos com os separatistas. "Sua atividade está limitada à capital, Kiev", segundo o diário.