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Turquia prendeu 48.305 acusados de golpismo em 2017

As pessoas foram acusadas de vínculos com a confraria do pregador exilado Fethullah Gülen, considerado o instigador do fracassado golpe militar de 2016

Fethullah Gülen: as prisões ocorreram em operações dirigidas contra a organização terrorista FETÖ (Charles Mostoller/Reuters/Reuters)
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EFE

Publicado em 5 de janeiro de 2018 às 16h23.

Istambul - A Justiça da Turquia enviou à prisão preventiva durante 2017 um total de 48.305 pessoas acusadas de vínculos com a confraria do pregador exilado Fethullah Gülen, que é considerado o instigador do fracassado golpe militar de 2016, afirmou nesta sexta-feira o ministro do Interior, Süleyman Soylu.

Em entrevista coletiva em Esmirna, Soylu descreveu o dia 15 de julho de 2016, data do levante, como um "marco no qual a nação achatou a ameaça da FETÖ", em alusão às siglas do que o governo turco descreve como Organização Terrorista Fethullah Gülen, em referência à confraria religiosa, informou a agência de notícias turca "Anadolu".

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"Apenas em 2017 foram enviadas à prisão preventiva 48.305 pessoas, no marco das operações dirigidas contra a organização terrorista FETÖ", afirmou o titular de Interior, que afirmou que "entre elas há oficiais de segurança, juristas, juízes, promotores e trabalhadores das instituições estatais", sem detalhar os números.

Entre o dia do golpe e o final de 2016, cerca de 32.000 pessoas passaram pela prisão preventiva pelo mesmo motivo.

As batidas contra possíveis simpatizantes da rede de Gülen continuam ininterruptamente e, durante os últimos meses, a cada semana era detida a uma média de 600 pessoas, segundo estatísticas do Ministério de Interior, embora não se especifique quantos deles passaram à prisão preventiva e quantos foram postos em liberdade dias mais tarde.

Soylu reafirmou na entrevista coletiva suas polêmicas declarações da quarta-feira, nas quais disse que "o dever da polícia é quebrar as pernas dos traficantes de droga que se encontram perto dos colégios".

"Digam o que disserem, meus polícias entenderam o que eu queria dizer", concluiu hoje.

O próprio primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, admitiu hoje em entrevista coletiva que as palavras de Soylu "poderiam ser mal interpretadas", mas garantiu que queria expressar com elas a necessidade de firmeza na luta contra o tráfico de drogas.

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