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Turquia acusa Rússia de fortalecer EI com seus bombardeios

"Todos apoiamos uma intervenção contra o EI. Mas somos contra transformar isto em uma guerra contra a oposição que luta contra o regime", afirmou premiê

Membro de unidade militar curda que luta ao lado da oposição síria: grupos rebeldes desta região, islamitas enfrentados ao EI, são precisamente os que a Turquia propôs como aliados para derrubar Assad (Javier Manzano/AFP)
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Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2015 às 09h18.

Ancara - O primeiro-ministro da Turquia , Ahmet Davutoglu, acusou a Rússia de fortalecer o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) com seus bombardeios aéreos na Síria por, acusou, dirigirem em sua maioria contra a "oposição moderada" ao presidente Bashar al Assad.

"Todos apoiamos uma intervenção contra o EI. Mas somos contra transformar isto em uma guerra contra a oposição moderada que luta contra o regime. Intervir contra a oposição fortalece o Estado Islâmico", afirmou Davutoglu.

Davutoglu assinalou que as Forças Aéreas russas realizaram 57 operações na Síria e que, segundo as informações turcas, "só duas se dirigiram contra o Estado Islâmico e 55 contra a oposição moderada".

Segundo os analistas, os bombardeios russos, iniciados em 30 de setembro, se concentraram no noroeste da Síria, perto da cidade portuária de Latakia, um dos redutos do regime de Bashar al Assad.

Os grupos rebeldes desta região, islamitas enfrentados ao EI, são precisamente os que a Turquia propôs como aliados para derrubar Assad.

Isto motivou críticas do governo turco contra a Rússia já antes que, no fim de semana, aviões de combate russo entraram duas vezes no espaço aéreo turco durante seus voos perto da fronteira síria.

Estas violações do espaço aéreo turco provocaram irados protestos diplomáticos da Turquia e um comunicado de condenação da Otan, cujo secretário-geral, Jens Stoltenberg.

Davutoglu hoje minimizou o enfrentamento, ao destacar que a crise síria não é uma crise russo-turca e que também não quer transformá-la em uma crise entre a Rússia e a Otan.

"Turquia e Rússia não têm interesses contrários; nossas relações são muito importantes e protegê-las deveria ser uma prioridade para todos", disse o primeiro-ministro, cujo mercado energético depende em grande medida do gás natural fornecido pela Rússia.

Ele acrescentou que "militares dos dois países debateram as violações aéreas e sua duração em um ambiente sincero e amistoso", e disse esperar que Moscou respeite o espaço aéreo turco e os interesses da Turquia na Síria.

Já o Ministério das Relações Exteriores turco desmentiu hoje em comunicado que seu governo tenha proposto à Rússia formar um "grupo de trabalho conjunto" sobre a crise síria, como publicaram hoje a imprensa russa.

O Ministério confirmou que durante os contatos com representantes russos em Ancara, "foi dito que militares turcos poderiam se encontrar com militares russos para escutar suas explicações sobre as violações aéreas e saber que tipo de medidas tomariam para evitar que estes incidentes se repetissem".

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Ancara - O primeiro-ministro da Turquia , Ahmet Davutoglu, acusou a Rússia de fortalecer o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) com seus bombardeios aéreos na Síria por, acusou, dirigirem em sua maioria contra a "oposição moderada" ao presidente Bashar al Assad.

"Todos apoiamos uma intervenção contra o EI. Mas somos contra transformar isto em uma guerra contra a oposição moderada que luta contra o regime. Intervir contra a oposição fortalece o Estado Islâmico", afirmou Davutoglu.

Davutoglu assinalou que as Forças Aéreas russas realizaram 57 operações na Síria e que, segundo as informações turcas, "só duas se dirigiram contra o Estado Islâmico e 55 contra a oposição moderada".

Segundo os analistas, os bombardeios russos, iniciados em 30 de setembro, se concentraram no noroeste da Síria, perto da cidade portuária de Latakia, um dos redutos do regime de Bashar al Assad.

Os grupos rebeldes desta região, islamitas enfrentados ao EI, são precisamente os que a Turquia propôs como aliados para derrubar Assad.

Isto motivou críticas do governo turco contra a Rússia já antes que, no fim de semana, aviões de combate russo entraram duas vezes no espaço aéreo turco durante seus voos perto da fronteira síria.

Estas violações do espaço aéreo turco provocaram irados protestos diplomáticos da Turquia e um comunicado de condenação da Otan, cujo secretário-geral, Jens Stoltenberg.

Davutoglu hoje minimizou o enfrentamento, ao destacar que a crise síria não é uma crise russo-turca e que também não quer transformá-la em uma crise entre a Rússia e a Otan.

"Turquia e Rússia não têm interesses contrários; nossas relações são muito importantes e protegê-las deveria ser uma prioridade para todos", disse o primeiro-ministro, cujo mercado energético depende em grande medida do gás natural fornecido pela Rússia.

Ele acrescentou que "militares dos dois países debateram as violações aéreas e sua duração em um ambiente sincero e amistoso", e disse esperar que Moscou respeite o espaço aéreo turco e os interesses da Turquia na Síria.

Já o Ministério das Relações Exteriores turco desmentiu hoje em comunicado que seu governo tenha proposto à Rússia formar um "grupo de trabalho conjunto" sobre a crise síria, como publicaram hoje a imprensa russa.

O Ministério confirmou que durante os contatos com representantes russos em Ancara, "foi dito que militares turcos poderiam se encontrar com militares russos para escutar suas explicações sobre as violações aéreas e saber que tipo de medidas tomariam para evitar que estes incidentes se repetissem".

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