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Turquia acusa governo americano de apoiar terrorismo na Síria

Primeiro-ministro turco afirmou esperar que o governo do presidente eleito nos EUA, Donald Trump, mude a postura em relação ao conflito sírio

Binali Yildirim: "é hora de tomar uma decisão entre ser amigo ou inimigo. Há anos estamos juntos com os Estados Unidos na Otan. Somos parceiros estratégicos" (Getty Images)
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EFE

Publicado em 3 de janeiro de 2017 às 10h34.

Ancara - O primeiro-ministro da Turquia , Binali Yildirim, acusou nesta terça-feira o governo do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de apoiar o terrorismo, em alusão ao respaldo americano às milícias curdo-sírias que combatem o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) na Síria.

Em declarações televisadas, Yildirim disse esperar que o governo do presidente eleito nos EUA, Donald Trump, mude essa política após assumir o cargo no próximo dia 20, e afirmou que atualmente a Turquia é o único país que realmente luta contra o EI.

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Yildirim afirmou que a administração de Obama apoia o terrorismo ao tentar "derrotar um grupo terrorista (o EI) com outro grupo terrorista", em referência às milícias curdo sírias Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG).

É um "truque da administração de Obama", acrescentou o chefe do governo turco, que expressou sua esperança de que o novo gabinete americano "ponha fim a este escândalo".

"É hora de tomar uma decisão entre ser amigo ou inimigo. Há anos estamos juntos com os Estados Unidos na Otan. Somos parceiros estratégicos", lembrou o chefe do governo turco perante o grupo parlamentar de seu partido, o da Justiça e Desenvolvimento (AKP).

"Esta associação não pode ficar obscurecida pelas YPG e pelo PYD" (Partido da União Democrática, braço político das milícias curdo sírias)", acrescentou.

"Vocês querem estar junto à Turquia ou abrir seus braços ao terrorismo?", perguntou Yildirim.

Ancara considera as YPG uma organização terrorista, vinculada ao proscrito Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), a guerrilha curda na Turquia.

Yildirim destacou ainda que a Turquia é o único país que está lutando contra o EI, enquanto os demais (que participam da coalizão internacional contra o EI liderada pelos EUA) não fazem praticamente nada.

O primeiro-ministro lembrou que desde que o exército de seu país entrou por terra na Síria com a ofensiva "Escudo do Eufrates", lançada há 133 dias, matou, junto ao Exército Livre Sírio (ELS), 1.270 combatentes do EI e capturou outros 1.561.

"Os Estados Unidos não fazem nada. Apenas palavras. O que faz é dar abertamente armas ao PYD e às YPG para apoiar o terrorismo na Turquia", reforçou.

"Nossa expectativa é que o novo governo dos Estados Unidos ponha fim a esta desonra. Não responsabilizamos a nova administração por isso. É um assunto do governo de Obama", concluiu Yildrim.

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