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Trump envia sinais contraditórios sobre imigração

Na questão migratória, pilar de sua candidatura, ao longo da qual chegou a propor uma "força de deportação", passou a adotar uma postura ambígua

Trump: "não se pode agarrar 11 milhões (de imigrantes ilegais) e dizer: pronto, estão fora" (Scott Morgan / Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2016 às 08h36.

Donald Trump reiterou, nesta quinta-feira (25), sua promessa de construir "o muro 100%", mas parece suavizar sua postura sobre o futuro dos 11 milhões de imigrantes em situação ilegal, enviando sinais contraditórios sobre a pedra angular de sua campanha presidencial.

"Vamos construir o muro 100%, e o México pagará pelo muro", disse Trump, em um comício em Manchester, em New Hampshire.

Em seguida, o magnata afirmou que "acabará com a imigração ilegal", sem detalhar o que acontecerá com a população de imigrantes em situação clandestina.

Apesar de ter relançado sua campanha na semana passada, Trump ainda envia mensagens contraditórias.

Por um lado, contratou como diretor-geral de sua equipe o chefe do conservador Breitbart. Por outro - cedendo às pressões da cúpula partidária -, o candidato cedeu ao uso de um para ler discursos mais estruturados do que antes, evitando improvisos e consequentes gafes e polêmicas.

Enquanto isso, tenta ampliar sua base, sinalizando para eleitores negros e latinos.

Na questão migratória, pilar de sua candidatura, ao longo da qual chegou a propor uma "força de deportação", passou a adotar uma postura ambígua.

Em entrevista à CNN na noite desta quinta-feira, Trump disse que "não se pode agarrar 11 milhões (de imigrantes ilegais) e dizer: pronto, estão fora". Mas garantiu que não haverá "qualquer caminho para a legalização" dos que vivem clandestinamente nos EUA.

"Não há legalização, não há anistia, e se alguém quer se regularizar deve sair do país e depois regressar, aí então poderemos conversar".

"Deportar pessoas sem documentos, mas com família, emprego e uma vida inteira nos Estados Unidos? Veremos o que acontece depois de fortalecermos a fronteira (...), mas há boa chance de que a resposta seja sim".

Trump salientou que "antes de qualquer coisa, quero me desfazer dos maus, e há muitos".

"Candidato da extrema direita"

Os democratas tentam desconstruir a tentativa de Trump de mudar sua imagem.

A candidata democrata à Presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton, acusou seu oponente de ser o candidato da extrema direita, afirmando que uma "facção radical" assumiu o controle do Partido Republicano.

"Desde o início, Donald Trump construiu sua campanha sobre o preconceito e a paranoia", afirmou a ex-secretária de Estado, nesta quinta, em um comício em Reno, no estado de Nevada.

Em um bom momento, com uma confortável vantagem nas pesquisas, Hillary partiu para o contra-ataque, vinculando Donald Trump à "direita alternativa" (a chamada ), uma corrente de extrema direita que propaga todo tipo de teoria conspiratória pela Internet, para deleite dos eleitores do empresário nova-iorquino.

"Está tirando grupos de ódio das sombras e ajudando uma facção radical a assumir o controle do Partido Republicano", advertiu Hillary.

"Um homem com uma longa história de discriminação racial, apreciador de obscuras teorias de conspiração tiradas das páginas dos tabloides de supermercados e dos rincões mais distantes da Internet, nunca deveria dirigir nosso governo, ou comandar nossas Forças Armadas", alertou.

"Promoveu a mentira racista de que o presidente Obama não é realmente um cidadão americano", afirmou.

A ex-secretária, que fará 69 anos, também denunciou o gosto do magnata por teorias conspiratórias especialmente relacionadas à sua saúde.

"A única coisa que eu posso dizer, Donald, é: continue sonhando", ironizou.

"A última coisa que precisamos na Sala de Situação (a chamada , na Casa Branca, dedicada ao gerenciamento de crises) é um 'gatilho rápido' que não consegue saber, ou não lhe importa saber, a diferença entre um fato e uma ficção, e que cai tão facilmente em rumores manchados de racismo", afirmou Hillary.

"E, certamente, o México não pagará por seu muro", completou.

Antecipando os ataques que seriam feitos no comício democrata, Trump advertiu seus eleitores que "Hillary vai acusar americanos decentes que apoiam esta campanha de serem racistas, o que não somos. É a jogada mais velha no manual democrata".

"Todas as políticas apoiadas por Hillary Clinton fracassaram e traíram as comunidades de cor neste país", frisou.

A 11 semanas das eleições, a candidata democrata lidera com folga todas as pesquisas. Na sondagem da Universidade Quinnipiac divulgada nesta quinta-feira (25), Hillary aparece com 51% das intenções de voto, contra 41% para Trump.

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Donald Trump reiterou, nesta quinta-feira (25), sua promessa de construir "o muro 100%", mas parece suavizar sua postura sobre o futuro dos 11 milhões de imigrantes em situação ilegal, enviando sinais contraditórios sobre a pedra angular de sua campanha presidencial.

"Vamos construir o muro 100%, e o México pagará pelo muro", disse Trump, em um comício em Manchester, em New Hampshire.

Em seguida, o magnata afirmou que "acabará com a imigração ilegal", sem detalhar o que acontecerá com a população de imigrantes em situação clandestina.

Apesar de ter relançado sua campanha na semana passada, Trump ainda envia mensagens contraditórias.

Por um lado, contratou como diretor-geral de sua equipe o chefe do conservador Breitbart. Por outro - cedendo às pressões da cúpula partidária -, o candidato cedeu ao uso de um para ler discursos mais estruturados do que antes, evitando improvisos e consequentes gafes e polêmicas.

Enquanto isso, tenta ampliar sua base, sinalizando para eleitores negros e latinos.

Na questão migratória, pilar de sua candidatura, ao longo da qual chegou a propor uma "força de deportação", passou a adotar uma postura ambígua.

Em entrevista à CNN na noite desta quinta-feira, Trump disse que "não se pode agarrar 11 milhões (de imigrantes ilegais) e dizer: pronto, estão fora". Mas garantiu que não haverá "qualquer caminho para a legalização" dos que vivem clandestinamente nos EUA.

"Não há legalização, não há anistia, e se alguém quer se regularizar deve sair do país e depois regressar, aí então poderemos conversar".

"Deportar pessoas sem documentos, mas com família, emprego e uma vida inteira nos Estados Unidos? Veremos o que acontece depois de fortalecermos a fronteira (...), mas há boa chance de que a resposta seja sim".

Trump salientou que "antes de qualquer coisa, quero me desfazer dos maus, e há muitos".

"Candidato da extrema direita"

Os democratas tentam desconstruir a tentativa de Trump de mudar sua imagem.

A candidata democrata à Presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton, acusou seu oponente de ser o candidato da extrema direita, afirmando que uma "facção radical" assumiu o controle do Partido Republicano.

"Desde o início, Donald Trump construiu sua campanha sobre o preconceito e a paranoia", afirmou a ex-secretária de Estado, nesta quinta, em um comício em Reno, no estado de Nevada.

Em um bom momento, com uma confortável vantagem nas pesquisas, Hillary partiu para o contra-ataque, vinculando Donald Trump à "direita alternativa" (a chamada ), uma corrente de extrema direita que propaga todo tipo de teoria conspiratória pela Internet, para deleite dos eleitores do empresário nova-iorquino.

"Está tirando grupos de ódio das sombras e ajudando uma facção radical a assumir o controle do Partido Republicano", advertiu Hillary.

"Um homem com uma longa história de discriminação racial, apreciador de obscuras teorias de conspiração tiradas das páginas dos tabloides de supermercados e dos rincões mais distantes da Internet, nunca deveria dirigir nosso governo, ou comandar nossas Forças Armadas", alertou.

"Promoveu a mentira racista de que o presidente Obama não é realmente um cidadão americano", afirmou.

A ex-secretária, que fará 69 anos, também denunciou o gosto do magnata por teorias conspiratórias especialmente relacionadas à sua saúde.

"A única coisa que eu posso dizer, Donald, é: continue sonhando", ironizou.

"A última coisa que precisamos na Sala de Situação (a chamada , na Casa Branca, dedicada ao gerenciamento de crises) é um 'gatilho rápido' que não consegue saber, ou não lhe importa saber, a diferença entre um fato e uma ficção, e que cai tão facilmente em rumores manchados de racismo", afirmou Hillary.

"E, certamente, o México não pagará por seu muro", completou.

Antecipando os ataques que seriam feitos no comício democrata, Trump advertiu seus eleitores que "Hillary vai acusar americanos decentes que apoiam esta campanha de serem racistas, o que não somos. É a jogada mais velha no manual democrata".

"Todas as políticas apoiadas por Hillary Clinton fracassaram e traíram as comunidades de cor neste país", frisou.

A 11 semanas das eleições, a candidata democrata lidera com folga todas as pesquisas. Na sondagem da Universidade Quinnipiac divulgada nesta quinta-feira (25), Hillary aparece com 51% das intenções de voto, contra 41% para Trump.

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