Trump está em mais uma enrascada: o Afeganistão
Talibã exigiu que Trump retire as tropas americanas do território afegão e ele deve fechar uma nova estratégia de atuação no país
EXAME Hoje
Publicado em 18 de agosto de 2017 às 06h31.
Última atualização em 18 de agosto de 2017 às 07h52.
O presidente americano Donald Trump vai aproveitar o retorno do seu vice, Mike Pence, que estava em viagem pela América Latina, para discutir hoje com a equipe de segurança um novo foco de tensões, o Afeganistão. A reunião acontece em Camp David, base militar e tradicional casa de campo dos presidentes americanos, em Maryland.
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A reunião foi convocada depois de o grupo fundamentalista islâmico Talibã ter exigido que Trump retire as tropas americanas do território afegão, no último dia 15. A carta aberta ainda faz esse pedido alegando que manter o exército no país só vai causar mais destruição do poder militar e econômico dos Estados Unidos. Os americanos mantêm tropas no país desde o atentado de 11 de setembro de 2001, e já gastaram mais de 1 trilhão de dólares na operação.
O presidente americano está para fechar uma nova estratégia de atuação no Afeganistão, já que o próprio secretário de Defesa, James Mattis, afirmou que o país não está vencendo a guerra. Dentre os planos estava enviar mais 4.000 soldados para dar um reforço aos 10.000 que estão no país, ponto de atuação da Al-Qaeda e do Estado Islâmico. Mas aumentar o contingente não vai necessariamente resolver o problema, já que em 2009 haviam 100.000 soldados americanos no país.
Em artigo publicado na sexta-feira no jornal Washington Post, Stephen Hadley, que foi conselheiro de segurança nacional do ex-presidente George W. Bush, afirmou que retirar tropas poderia dar vitória para os terroristas que atuam na região, e que derrotá-los poderia vir de uma parceria com talibãs e com o governo afegão. O preço de permanecer no Afeganistão é alto, mas num momento de tensões no Oriente Médio e de frequentes atentados no Ocidente, bater em retirada talvez não seja mesmo o melhor plano. Ainda mais para um presidente que dia após dia reforça a velha retórica americana de xerife global.