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Trump diz que tudo está pronto para cúpula com o líder da Coreia do Norte

Presidente americano ressaltou que encontro pode ser o início de um bom relacionamento com o país asiático, mas disse que ainda pode adotar sanções

Trump: "Eu não acho que eu precise me preparar muito. É principalmente uma questão de estado de espírito, de querer fazer as coisas acontecerem" (Kevin Lamarque/Reuters)
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AFP

Publicado em 7 de junho de 2018 às 16h22.

Última atualização em 7 de junho de 2018 às 16h32.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , expressou nesta quinta-feira (7) sua confiança no sucesso de sua cúpula com o líder norte-coreano, Kim Jong Un , um encontro que será, segundo assegurou, "muito mais" do que uma sessão de fotos, mesmo que não permita resolver de uma só vez este espinhoso dossiê.

"Tudo está pronto para a cúpula. Tudo está indo bem, espero que continue assim", disse ele no Salão Oval da Casa Branca, ao receber o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, cinco dias antes da reunião histórica em Singapura.

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Questionado sobre como está se preparando para este encontro histórico, o 45º presidente dos Estados Unidos destacou sua determinação. "Eu não acho que eu precise me preparar muito. É principalmente uma questão de estado de espírito, de querer fazer as coisas acontecerem".

"Talvez a gente comece por estabelecer um bom relacionamento e isso é algo muito importante para alcançar o objetivo final de um acordo", acrescentou o bilionário, recordando a exigência dos Estados Unidos: que Pyongyang livre-se de suas armas nucleares. "Se não se desnuclearizar, não será aceitável", insistiu.

Enfatizando quão "poderoso" era o instrumento das sanções, ele explicou ter escolhido não acrescentar outras exigências "neste momento" para dar uma chance ao diálogo, mas sem excluir tal cenário para o futuro.

Abe, que tenta se fazer ouvir nas intensas negociações diplomáticas em curso na península coreana, expressou por sua vez a esperança de que a cúpula contribua para "mais paz e estabilidade" nesta região do mundo.

Desde o anúncio de um possível encontro Trump-Kim, o Japão tem repetidamente enfatizado a necessidade imperativa de não baixar a guarda em relação ao regime de Pyongyang, que representa uma ameaça concreta ao arquipélago com seus mísseis.

Ao deixar Tóquio, Abe definiu claramente as condições para a cúpula de Singapura em 12 de junho "ser um sucesso": progressos tangíveis na questão nuclear e de mísseis, mas também sobre os cidadãos japoneses sequestrados pela Coreia do Norte nos anos 70 e 80.

Japão "isolado" ?

Em sua última reunião na Flórida, há menos de dois meses, Trump prometeu ao líder japonês discutir com Pyongyang essa questão politicamente sensível no arquipélago.

Mas o assunto não é - longe disso - uma prioridade para o magnata do setor imobiliário, cuja estratégia permanece cercada por certa imprecisão, mas não esconde seu entusiasmo pela ideia de ser o primeiro presidente americano no poder a dialogar diretamente com um herdeiro da dinastia Kim.

A proliferação de reuniões sobre a espinhosa questão norte-coreana tem um gosto amargo para Shinzo Abe, até então excluído: Donald Trump prepara sua cúpula e o presidente chinês Xi Jinping e seu colega sul-coreano Moon Jae-in encontraram Kim Jong Un duas vezes.

Para Richard Armitage, ex-diplomata do governo George W. Bush, há um risco real de que o Japão "se encontre isolado" após a cúpula de Singapura.

"Devemos absolutamente evitar dissociar a segurança do Japão da dos Estados Unidos", alertou. "Este tem sido, há muito tempo, o objetivo da China e da Coreia do Norte e não podemos nos dar ao luxo de cair nessa terrível armadilha".

Trump e Abe exibem há tempos uma forma de cumplicidade, que, no entanto, exibiu seus limites durante o último encontro.

Nesta ocasião, eles deveriam abordar a agora altamente sensível questão das tarifas impostas por Washington em nome da defesa dos trabalhadores americanos.

"Insistirei que qualquer medida destinada a restringir o comércio mundial não atende aos interesses de nenhum país", advertiu o primeiro-ministro japonês.

O Japão, que acreditava que poderia convencer seu aliado americano a isentá-lo das novas tarifas sobre aço e alumínio, não escondeu sua decepção após as negociações fracassadas.

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