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Trump critica procurador-geral por caso sobre a Rússia

Trump disse que não teria nomeado Sessions se soubesse que ele se recusaria a liderar a investigação sobre as ligações entre a campanha e a Rússia

Jeff Sessions: "Francamente, acredito que é muito injusto para o presidente, e esse é um termo suave", disse Trump (Yuri Gripas/Reuters)

Jeff Sessions: "Francamente, acredito que é muito injusto para o presidente, e esse é um termo suave", disse Trump (Yuri Gripas/Reuters)

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EFE

Publicado em 19 de julho de 2017 às 22h59.

Nova York - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira que o procurador-geral, Jeff Sessions, foi "injusto" com ele e também disse que não o teria nomeado para o cargo se soubesse que ele se recusaria a liderar a investigação sobre as ligações entre a campanha republicana e a Rússia nas eleições de novembro.

As declarações foram dadas por Trump em uma entrevista ao "New York Times" publicada nesta quinta-feira, na qual o presidente falou, entre outros temas, sobre as investigações de contatos entre membros de sua equipe de campanha e funcionários russos.

Sessions, umas das figuras-chaves da equipe de Trump, também se encontrou com funcionários russos durante a campanha e por isso disse que se recusaria a participar de qualquer investigação sobre o escândalo caso assumisse o cargo de procurador-geral.

"Francamente, acredito que é muito injusto para o presidente, e esse é um termo suave. Por que você assume um trabalho e depois se nega a fazê-lo?", disse Trump sobre a decisão de Sessions.

"Se ele tivesse se negado antes, eu teria dito: 'Obrigado Jeff, mas vou escolher outro", completou Trump.

O presidente também falou sobre o encarregado pelas investigações do escândalo russo, o ex-diretor do FBI Robert Mueller. Na entrevista, Trump disse que ele deve focar nos vínculos de sua campanha com o Kremlin e não ir além disso.

Perguntado pelo "Times" sobre a possibilidade de a investigação se estender às finanças da família Trump, o presidente afirmou que isso seria uma "violação" do mandato de Mueller.

"Isso (a investigação) é sobre a Rússia", reiterou.

No entanto, em nenhum momento, Trump expressou intenção de pedir ao Departamento de Justiça que destitua Mueller. E voltou a afirmar que não está sendo diretamente investigado.

"Eu não estou sendo investigado. Por que (estaria)? Eu não fiz nada de errado", afirmou.

Trump também se referiu à polêmica gerada por um segundo encontro realizado com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante um jantar na cúpula do G20, na Alemanha, uma reunião que não tinha sido oficialmente informada.

O presidente americano disse que só conversou com Putin por 15 minutos, a maior parte da conversa foi sobre "comentários amáveis" e adoções. Trump, no entanto, não entrou em detalhes.

A Rússia proibiu que os americanos pudessem adotar crianças russas em 2012 como represália pela adoção de uma série de sanções econômicas da Casa Branca às autoridades do Kremlin.

Na entrevista, que durou 50 minutos e foi realizada na Casa Branca, Trump reiterou que só se aproximou de Putin porque sua esposa, Melania, estava sentada perto do presidente russo.

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