Tribunal da Noruega rejeita ação de Snowden sobre extradição
A decisão reafirma a sentença emitida há três meses por um tribunal de primeira instância, que se declarava incompetente para tratar do caso
Da Redação
Publicado em 28 de setembro de 2016 às 10h25.
Copenhague - Um tribunal de apelação da Noruega desprezou nesta quarta-feira o processo interposto pelo ex-técnico da Agência de Segurança Nacional ( NSA , sigla em inglês) dos Estados Unidos, Edward Snowden , contra o Estado norueguês para poder viajar para este país nórdico em novembro para receber um prêmio oferecido pelo Pen Club norueguês, sem o risco de ser extraditado para os Estados Unidos .
A decisão reafirma a sentença emitida há três meses por um tribunal de primeira instância, que se declarava incompetente para tratar do caso.
"O tribunal de Apelação chegou à conclusão, assim como o de primeira instância, que a ação deve ser rejeitada porque os tribunais não têm competência em um processo civil sobre se as condições legais serão cumpridas para extraditar Snowden para os Estados Unidos", diz a decisão judicial.
O presidente do Pen Club norueguês, William Nygaard, anunciou em Oslo que recorrerá do caso na Suprema Corte do país.
Esta associação de escritores concedeu em março a Snowden, que está asilado na Rússia, o prêmio Ossietzsky, que será entregue em 18 de novembro na Universidade de Oslo, por seu trabalho em favor da liberdade de expressão.
No processo apresentado em abril, o Pen Club, que oferece apoio jurídico ao ex-analista da NSA, sustentava que os atos de Snowden, a quem os Estados Unidos acusam de revelar segredos de Estado, são "claramente de caráter político" e, de acordo com o direito internacional e as leis norueguesas, não pode ser extraditado.
A também norueguesa Academia Bjoernstjerne Bjoernson já havia tentado no ano passado trazer Snowden para o país, após agraciá-lo com seu prêmio de direitos humanos, mas o governo não quis garantir que ele não seria extraditado.
Snowden chegou a Moscou em junho de 2013 procedente de Hong Kong e recebeu em 2014 uma permissão de residência na Rússia para um prazo de três anos.
O prêmio do Pen Club norueguês leva o nome do pacifista alemão Carl Von Ossietzky, laureado em 1935 com o Nobel da Paz, um prêmio ao qual o ativista americano foi indicado nos últimos anos.