Tribo marcha em Brasília contra 3ª maior hidrelétrica do mundo
Uma comissão de 10 deles foi recebida pelo ministro interino da Secretaria Geral da Presidência da República, Rogério Sotilli
Da Redação
Publicado em 8 de fevereiro de 2011 às 19h02.
Brasília - Cerca de 200 índios com os corpos pintados e segurando lanças estão marchando em Brasília em protesto pelo projeto da usina hidrelétrica de Belo Monte, de US$ 11 bilhões, a ser construída na floresta para ser a terceira maior do mundo quando estiver completa.
Os índios, com os seus corpos pintados de vermelho e preto, entoaram slogans hoje em frente ao Congresso e ao Palácio do Planalto. Uma comissão de 10 deles foi recebida pelo ministro interino da Secretaria Geral da Presidência da República, Rogério Sotilli, segundo e-mail da assessoria de imprensa do “Movimento Xingu Vivo para Sempre”. Segundo Evandro Nesello, participante do Movimento dos Atingidos por Barragem, que participava do protesto, o grupo queria entregou petições com 500 mil assinaturas contra Belo Monte endereçadas à presidente Dilma Rousseff. Os índios estavam indo ao Ministério de Minas e Energia para protestar contra o projeto no Rio Xingu.
“Queremos deixar o Rio Xingu do jeito que ele está hoje”, disse o Cacique Takmare, que vive com sua mulher, seis filhos e 23 netos na área. “Toda minha família vive lá e não tem outro lugar melhor para viver.”
Belo Monte, criticada pelo diretor de “Avatar” James Cameron no ano passado devido aos prejuízos ambientais, exigirá que 516 quilômetros quadrados de floresta sejam inundados e cerca de 1,000 índios sejam realocados. A usina é parte do plano do governo de fortalecer o suprimento de energia.
“Se não pudermos contar com hidrelétricas, teremos que contar com térmicas que são maispoluentes a custos muito mais elevados”, disse o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse a reporters em Brasília hoje.
Um grupo liderado pela estatal Cia. Hidro Elétrica do São Francisco, a Chesf, unidade da Centrais Elétricas Brasileiras, ganhou os direitos de contruir e operar a usina no ano passado. O grupo já tem uma licença para construir no local e aguardar a licença ambiental definitiva.