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Testemunhas em Homs: 'Recolhemos corpos decapitados de crianças'

De acordo com a testemunha, Abu Bilal al Homsi, os bombardeios na cidade síria foram indiscrimnados

Criança exibe cartaz em protesto da oposição com a frase: "Se vocês não nos ajudarem, nós seremos mortos" (Alessio Romenz/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de fevereiro de 2012 às 13h37.

Cairo - A cidade síria de Homs viveu nesta noite 'uma catástrofe em todo o sentido da palavra', segundo relataram à Agencia Efe duas testemunhas do bombardeio do regime, que garantiram ter visto entre as vítimas ' corpos decapitados de crianças'.

Uma dessas testemunhas, Abu Bilal al Homsi, explicou à Efe por telefone que ele mesmo ajudou a recolher restos humanos espalhados após a ofensiva do regime, e que entre estes havia 'corpos decapitados de crianças'.

Homsi afirmou que o número de mortos aumenta devido à ausência de tratamento médico adequado por conta das dificuldades no terreno e 'pelo bloqueio das forças do regime' sobre a cidade, reduto da rebelião contra o presidente Bashar Al Assad.

'Os números que temos indicam que mais de 260 pessoas morreram e outras 500 ficaram feridas neste massacre', acrescentou o ativista.

Esse mesmo número de vítimas foi apresentado neste sábado pelo Conselho Nacional Sírio (CNS), a principal organização opositora, que também alertou sobre a possibilidade de que o número cresça em contagens posteriores.

Homsi acrescentou que os bombardeios foram indiscriminados e afetaram edifícios habitados e mesquitas.

O ativista revelou que os opositores se infiltraram nas linhas de comunicação militar e souberam, ao escutar as conversas dos oficiais com 'walkie-talkies', que os bombardeios com morteiro não cessaram até acabar a munição.

Outra testemunha, que pediu para ser identificada como Abul Ward al-Masri, confirmou à Efe a existência de corpos de crianças decapitadas, e afirmou que o bairro de Al Jaldiya foi o mais afetado após ser bombardeado 'de maneira indiscriminada com bombas com estilhaços, projéteis e tanques'.


'É uma catástrofe em todo o sentido da palavra', disse Al-Masri, que explicou que os feridos estão recebendo tratamento em seus bairros, atendidos por estudantes de medicina voluntários.

'Há ainda alguns corpos soterrados debaixo de casas que foram derrubadas e estamos retirando com nossas próprias mãos por falta do equipamento adequado', relatou.

Por meio da agência oficial 'Sana', o regime sírio negou que suas tropas tenham lançado uma ofensiva em Homs na noite passada e atribuiu as informações à 'escalada dos grupos armados e do conselho de Istambul (em referência ao CNS) em suas tribunas midiáticas para instrumentalizá-la no Conselho de Segurança'.

Uma fonte oficial anônima citada pela 'Sana' alegou que os corpos mostrados pelas redes de televisão são de sequestrados pelos 'grupos terroristas armados', que foram assassinados e posteriormente fotografados como vítimas do suposto bombardeio.

Está previsto que o Conselho de Segurança da ONU vote neste sábado um projeto de resolução de condenação do regime sírio pela violência, embora a Rússia tenha anunciado que exigirá que o texto contenha também uma reprovação aos militares rebeldes do ELS.

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Cairo - A cidade síria de Homs viveu nesta noite 'uma catástrofe em todo o sentido da palavra', segundo relataram à Agencia Efe duas testemunhas do bombardeio do regime, que garantiram ter visto entre as vítimas ' corpos decapitados de crianças'.

Uma dessas testemunhas, Abu Bilal al Homsi, explicou à Efe por telefone que ele mesmo ajudou a recolher restos humanos espalhados após a ofensiva do regime, e que entre estes havia 'corpos decapitados de crianças'.

Homsi afirmou que o número de mortos aumenta devido à ausência de tratamento médico adequado por conta das dificuldades no terreno e 'pelo bloqueio das forças do regime' sobre a cidade, reduto da rebelião contra o presidente Bashar Al Assad.

'Os números que temos indicam que mais de 260 pessoas morreram e outras 500 ficaram feridas neste massacre', acrescentou o ativista.

Esse mesmo número de vítimas foi apresentado neste sábado pelo Conselho Nacional Sírio (CNS), a principal organização opositora, que também alertou sobre a possibilidade de que o número cresça em contagens posteriores.

Homsi acrescentou que os bombardeios foram indiscriminados e afetaram edifícios habitados e mesquitas.

O ativista revelou que os opositores se infiltraram nas linhas de comunicação militar e souberam, ao escutar as conversas dos oficiais com 'walkie-talkies', que os bombardeios com morteiro não cessaram até acabar a munição.

Outra testemunha, que pediu para ser identificada como Abul Ward al-Masri, confirmou à Efe a existência de corpos de crianças decapitadas, e afirmou que o bairro de Al Jaldiya foi o mais afetado após ser bombardeado 'de maneira indiscriminada com bombas com estilhaços, projéteis e tanques'.


'É uma catástrofe em todo o sentido da palavra', disse Al-Masri, que explicou que os feridos estão recebendo tratamento em seus bairros, atendidos por estudantes de medicina voluntários.

'Há ainda alguns corpos soterrados debaixo de casas que foram derrubadas e estamos retirando com nossas próprias mãos por falta do equipamento adequado', relatou.

Por meio da agência oficial 'Sana', o regime sírio negou que suas tropas tenham lançado uma ofensiva em Homs na noite passada e atribuiu as informações à 'escalada dos grupos armados e do conselho de Istambul (em referência ao CNS) em suas tribunas midiáticas para instrumentalizá-la no Conselho de Segurança'.

Uma fonte oficial anônima citada pela 'Sana' alegou que os corpos mostrados pelas redes de televisão são de sequestrados pelos 'grupos terroristas armados', que foram assassinados e posteriormente fotografados como vítimas do suposto bombardeio.

Está previsto que o Conselho de Segurança da ONU vote neste sábado um projeto de resolução de condenação do regime sírio pela violência, embora a Rússia tenha anunciado que exigirá que o texto contenha também uma reprovação aos militares rebeldes do ELS.

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