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Tensão de prefeito de NY com polícia vai além de tema racial

Tensões entre Bill de Blasio e a polícia têm raízes em assuntos que vão além das relações raciais, disse o comissário de polícia no domingo

Bill Bratton: “Isso diz respeito às contínuas taxas de pobreza, à crescente disparidade entre ricos e pobres.” (Carlo Allegri/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 29 de dezembro de 2014 às 10h44.

Nova York - As tensões entre o prefeito de Nova York , Bill de Blasio, e a polícia têm raízes em assuntos que vão além das relações raciais, disse o comissário de polícia no domingo, um dia após o funeral de um dos dois policiais mortos há uma semana num carro de patrulha.

As tensões “envolvem contratos trabalhistas. Elas envolvem um monte de histórias na cidade, que são realmente diferentes das coisas que estão acontecendo no país como um todo”, afirmou Bill Bratton, durante um programa da rede de TV NBC.

“Você precisa entender que isso não é somente por causa de policiamento”, afirmou ele. “Isso diz respeito às contínuas taxas de pobreza, à crescente disparidade entre ricos e pobres.” No sábado, milhares de policias se reuniram do lado de fora do funeral de Rafael Ramos e viraram as costas para o discurso do prefeito, numa demonstração de desrespeito, depois do que eles perceberam como tímido apoio do mandatário.

Uma cerimônia para Wenjian Liu, que foi morto junto com Ramos, será realizada no sábado, seguida pelo funeral em local não divulgado no domingo, relatou o New York Daily News. Uma porta-voz da polícia disse que não poderia confirmar as informações.

O homem que atirou contra Ramos e Liu disse que se vingava pelas mortes de dois homens negros que morreram em confronto com policiais brancos neste ano.

As mortes provocaram uma onda de demonstrações contra a violência policial em Nova York e em outras cidades, e o prefeito Bill de Blasio deu apoio às manifestações.

No entanto, o assassinato de Ramos e Liu gerou uma onda contrária. Patrick Lynch, líder do maior sindicato policial da cidade, disse que o prefeito tinha sangue dos policias nas mãos.

O prefeito não responde perguntas dos jornalistas desde a última segunda-feira. Wiley Norvell, porta-voz do prefeito, tem se esquivado de responder diretamente perguntas sobre as tensões.

"Nosso único foco é unificar a cidade e honrar as vidas dos nossos dois policiais mortos”, disse ele em email.

O comissário Bratton defendeu o prefeito num programa da rede de TV CBS, dizendo que o mandatário apoiou completamente a polícia. O comissário disse que era inapropriado que policiais virassem às costas para o prefeito.

À rede NBC, Bratton afirmou que a liderança da cidade faria um esforço para se encontrar com os sindicatos para aliviar as tenções.

“Acho que isso é provavelmente uma divisão que está ocorrendo há um pouco mais de tempo”, afirmou.

Na CBS, o comissário disse que a polícia está investigando mais de 50 ameaças contra seus homens desde a morte de Ramos e Liu.

“A moral do departamento neste momento está baixa, não há como evitar isso”, disse.

Bratton esteve no programa da CBS com o ex-prefeito Rudy Giuliani, que sempre expressou apoio à polícia durante os seus dois mandatos, mas que concordou que os policiais não deveriam ter virado de costas quando o prefeito falou.

“Ele criou uma impressão junto à polícia que ele estava do lado dos manifestantes”, disse Giuliani.

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Nova York - As tensões entre o prefeito de Nova York , Bill de Blasio, e a polícia têm raízes em assuntos que vão além das relações raciais, disse o comissário de polícia no domingo, um dia após o funeral de um dos dois policiais mortos há uma semana num carro de patrulha.

As tensões “envolvem contratos trabalhistas. Elas envolvem um monte de histórias na cidade, que são realmente diferentes das coisas que estão acontecendo no país como um todo”, afirmou Bill Bratton, durante um programa da rede de TV NBC.

“Você precisa entender que isso não é somente por causa de policiamento”, afirmou ele. “Isso diz respeito às contínuas taxas de pobreza, à crescente disparidade entre ricos e pobres.” No sábado, milhares de policias se reuniram do lado de fora do funeral de Rafael Ramos e viraram as costas para o discurso do prefeito, numa demonstração de desrespeito, depois do que eles perceberam como tímido apoio do mandatário.

Uma cerimônia para Wenjian Liu, que foi morto junto com Ramos, será realizada no sábado, seguida pelo funeral em local não divulgado no domingo, relatou o New York Daily News. Uma porta-voz da polícia disse que não poderia confirmar as informações.

O homem que atirou contra Ramos e Liu disse que se vingava pelas mortes de dois homens negros que morreram em confronto com policiais brancos neste ano.

As mortes provocaram uma onda de demonstrações contra a violência policial em Nova York e em outras cidades, e o prefeito Bill de Blasio deu apoio às manifestações.

No entanto, o assassinato de Ramos e Liu gerou uma onda contrária. Patrick Lynch, líder do maior sindicato policial da cidade, disse que o prefeito tinha sangue dos policias nas mãos.

O prefeito não responde perguntas dos jornalistas desde a última segunda-feira. Wiley Norvell, porta-voz do prefeito, tem se esquivado de responder diretamente perguntas sobre as tensões.

"Nosso único foco é unificar a cidade e honrar as vidas dos nossos dois policiais mortos”, disse ele em email.

O comissário Bratton defendeu o prefeito num programa da rede de TV CBS, dizendo que o mandatário apoiou completamente a polícia. O comissário disse que era inapropriado que policiais virassem às costas para o prefeito.

À rede NBC, Bratton afirmou que a liderança da cidade faria um esforço para se encontrar com os sindicatos para aliviar as tenções.

“Acho que isso é provavelmente uma divisão que está ocorrendo há um pouco mais de tempo”, afirmou.

Na CBS, o comissário disse que a polícia está investigando mais de 50 ameaças contra seus homens desde a morte de Ramos e Liu.

“A moral do departamento neste momento está baixa, não há como evitar isso”, disse.

Bratton esteve no programa da CBS com o ex-prefeito Rudy Giuliani, que sempre expressou apoio à polícia durante os seus dois mandatos, mas que concordou que os policiais não deveriam ter virado de costas quando o prefeito falou.

“Ele criou uma impressão junto à polícia que ele estava do lado dos manifestantes”, disse Giuliani.

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