Taiwan se torna o 1º país da Ásia a legalizar o casamento gay
Proposta do governo, respaldada pela maioria do Partido Democrático Progressista, foi aprovada por 66 votos a favor e 27 contra
EFE
Publicado em 17 de maio de 2019 às 08h51.
Última atualização em 17 de maio de 2019 às 15h56.
Taipé - O Parlamento de Taiwan aprovou nesta sexta-feira (17), a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo, tornando o país o primeiro no continente asiático a reconhecer essa forma de união.
Os parlamentares debateram três propostas diferentes, duas que se referiam em geral a uniões de casais do mesmo sexo e outra apresentada pelo governo que legalizava o casamento gay e que foi aprovada por uma maioria confortável.
O Legislativo do país tinha um prazo de até o dia 24 para regularizar a situação dos casais do mesmo sexo, depois de em 2017, em uma decisão histórica, o Tribunal Constitucional da ilha considerou que a proibição do casamento homossexual era inconstitucional.
A proposta do governo, respaldada pela maioria do Partido Democrático Progressista, foi aprovada por 66 votos a favor e 27 contra.
Além disso, tratava-se do único projeto que oferecia direitos de adoção limitada aos casais homossexuais e era a única das três propostas no debate aceitas pelos ativistas do movimento LGBT.
Mais de 35 mil pessoas marcharam hoje pelas ruas de Taipé até o Parlamento, pedindo aos legisladores que não discriminem pessoas do mesmo sexo que desejassem se casar e que votassem em favor da união civil igualitária.
"Esperamos que esta seja a última vez que tenhamos de vir aqui", disse a coordenadora-chefe da coalizão taiwanesa para a igualdade no casamento, Jennifer Lu, em entrevista coletiva improvisada na entrada do Parlamento, antes do início do plenário.
A presidente do país, Tsai Ing-wen, também se pronunciou a favor da lei e pediu aos legisladores para "mostrar ao mundo que o amor vence".
"Temos a oportunidade de fazer história e mostrar ao mundo que valores progressistas podem criar raízes nas sociedades da Ásia Oriental", afirmou Tsai.
Já Tseng Hsien-ying, presidente da chamada "coalizão de felicidade para a próxima geração", afirmou que Taiwan votou em novembro do ano passado um referendo a favor da manutenção do chamado casamento tradicional no Código Penal e considerou que o governo está "atropelando a vontade do povo".