Suspeita de compra de Copa do Mundo abala a Alemanha
A suspeita de que a Alemanha sediou a Copa do Mundo de 2006 graças à compra de votos de membros da Fifa abalou o país
Da Redação
Publicado em 16 de outubro de 2015 às 18h29.
Berlim - A suspeita de que a Alemanha obteve a oportunidade de sediar a Copa do Mundo de 2006 graças à compra de votos de membros da Fifa abalou o país e ameaça a imagem de Franz Beckenbauer, após as informações divulgadas nesta sexta-feira pela revista "Der Spiegel" sobre um suposto caixa 2 que teria sido usado para esse fim pelo comitê que promoveu a candidatura vencedora.
De acordo com a publicação, o caixa 2 foi usado para subornar quatro representantes asiáticos do Comitê Executivo da Fifa, o que deu à Alemanha a vitória no processo de escolha da sede do torneio por 12 votos contra 11 da África do Sul, em julho de 2000.
A revista, que chegará às bancas amanhã, dedica sua capa à questão, com o título "O sonho de verão destruído", em alusão à euforia em torno daquela edição do torneio, no qual a Alemanha se apresentou ao mundo como uma grande anfitriã e estandarte do fair play.
Segundo os trechos divulgados hoje pela "Der Spiegel", o então chefe da Adidas, Robert Louis Dreyfus, contribuiu para esse caixa 2 com 10,3 milhões de francos suíços.
Nem no orçamento do comitê, nem nas contas posteriores consta a existência deste fundo, prossegue a revista, cuja reportagem ganhou grande repercussão e já é tema de debates na Alemanha.
Um ano e meio antes da realização da Copa, por circunstâncias confusas, Dreyfus reivindicou a devolução dessa quantia, o que conseguiu através de contas relacionadas com a Fifa e sob canais não declarados.
A existência do caixa 2 era conhecida por Beckenbauer, incentivador da candidatura e depois presidente do comitê organizador do Mundial, enquanto o atual presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB), Wolfgang Niersbach, soube de sua existência o mais tardar em 2005, de acordo com a "Der Spiegel".
Com esse caixa 2 foi comprado o voto dos quatro delegados asiáticos do comitê executivo da Fifa, que acabaram optando pela Alemanha - da mesma forma que os representantes europeus - na eleição que definiu a sede.
O representante da Oceania, Charles Dempsey, se absteve inesperadamente, segundo a revista, o que definiu o resultado definitivo favorável à Alemanha.
As informações antecipadas pela "Spiegel" foram seguidas por um crítico comunicado divulgado pela DFB que informava sobre a existência de "impurezas" em um pagamento de 6,7 milhões de euros à Fifa em 2005 e relacionado com a organização da Copa de 2006.
Nesse texto, a DFB dizia ter "indícios" de que em abril de 2005 o comitê organizador do Mundial fez essa transferência à Fifa e que esta "provavelmente não a utilizou para o fim à qual estava destinada".
Teoricamente, o dinheiro deveria ter sido utilizado para o amplo programa cultural desenvolvido em torno do Mundial.
O comunicado frisava, no entanto, que não foram verificadas "irregularidades" ou indícios de que tratava de compra dos votos dos delegados da Fifa para a escolha da Alemanha.
A investigação sobre esse pagamento ainda está em curso e não há "conclusões definitivas", informou a DFB, que deixava aberta a possibilidade de que seja pedida a restituição desse dinheiro.
Dreyfus, que faleceu em 2009, fez essa contribuição ao suposto caixa 2 como pessoa física, afirma a revista.
Berlim - A suspeita de que a Alemanha obteve a oportunidade de sediar a Copa do Mundo de 2006 graças à compra de votos de membros da Fifa abalou o país e ameaça a imagem de Franz Beckenbauer, após as informações divulgadas nesta sexta-feira pela revista "Der Spiegel" sobre um suposto caixa 2 que teria sido usado para esse fim pelo comitê que promoveu a candidatura vencedora.
De acordo com a publicação, o caixa 2 foi usado para subornar quatro representantes asiáticos do Comitê Executivo da Fifa, o que deu à Alemanha a vitória no processo de escolha da sede do torneio por 12 votos contra 11 da África do Sul, em julho de 2000.
A revista, que chegará às bancas amanhã, dedica sua capa à questão, com o título "O sonho de verão destruído", em alusão à euforia em torno daquela edição do torneio, no qual a Alemanha se apresentou ao mundo como uma grande anfitriã e estandarte do fair play.
Segundo os trechos divulgados hoje pela "Der Spiegel", o então chefe da Adidas, Robert Louis Dreyfus, contribuiu para esse caixa 2 com 10,3 milhões de francos suíços.
Nem no orçamento do comitê, nem nas contas posteriores consta a existência deste fundo, prossegue a revista, cuja reportagem ganhou grande repercussão e já é tema de debates na Alemanha.
Um ano e meio antes da realização da Copa, por circunstâncias confusas, Dreyfus reivindicou a devolução dessa quantia, o que conseguiu através de contas relacionadas com a Fifa e sob canais não declarados.
A existência do caixa 2 era conhecida por Beckenbauer, incentivador da candidatura e depois presidente do comitê organizador do Mundial, enquanto o atual presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB), Wolfgang Niersbach, soube de sua existência o mais tardar em 2005, de acordo com a "Der Spiegel".
Com esse caixa 2 foi comprado o voto dos quatro delegados asiáticos do comitê executivo da Fifa, que acabaram optando pela Alemanha - da mesma forma que os representantes europeus - na eleição que definiu a sede.
O representante da Oceania, Charles Dempsey, se absteve inesperadamente, segundo a revista, o que definiu o resultado definitivo favorável à Alemanha.
As informações antecipadas pela "Spiegel" foram seguidas por um crítico comunicado divulgado pela DFB que informava sobre a existência de "impurezas" em um pagamento de 6,7 milhões de euros à Fifa em 2005 e relacionado com a organização da Copa de 2006.
Nesse texto, a DFB dizia ter "indícios" de que em abril de 2005 o comitê organizador do Mundial fez essa transferência à Fifa e que esta "provavelmente não a utilizou para o fim à qual estava destinada".
Teoricamente, o dinheiro deveria ter sido utilizado para o amplo programa cultural desenvolvido em torno do Mundial.
O comunicado frisava, no entanto, que não foram verificadas "irregularidades" ou indícios de que tratava de compra dos votos dos delegados da Fifa para a escolha da Alemanha.
A investigação sobre esse pagamento ainda está em curso e não há "conclusões definitivas", informou a DFB, que deixava aberta a possibilidade de que seja pedida a restituição desse dinheiro.
Dreyfus, que faleceu em 2009, fez essa contribuição ao suposto caixa 2 como pessoa física, afirma a revista.