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Supremo anunciará logo se aceita impugnação, diz Capriles

O líder da oposição venezuelana disse que, se o TSJ indeferir seu pedido, ele levará o caso "às instâncias internacionais"

Capriles durante uma entrevista coletiva em 24 de abril em Caracas: "nas próximas horas, devemos ter resposta sobre a admissão do recurso", declarou  (Leo Ramirez/AFP)
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Da Redação

Publicado em 16 de maio de 2013 às 10h07.

Caracas - O líder da oposição na Venezuela , Henrique Capriles Radonski, disse em entrevista exclusiva à AFP nesta quarta-feira que, "nas próximas horas", o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) deve responder se acolhe, ou não, seu recurso de impugnação da eleição presidencial de 14 de abril.

"Nas próximas horas, devemos ter resposta sobre a admissão do recurso", declarou Capriles, garantindo que, se o TSJ indeferir seu pedido, ele levará o caso "às instâncias internacionais".

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Como exemplo, o candidato da oposição citou o Sistema Interamericano de Direitos Humanos, de cuja Corte o governo venezuelano decidiu se retirar em setembro passado, mas cuja saída se tornará efetiva somente daqui a um ano.

De acordo com Capriles, "já deveriam ter dado uma resposta sobre a admissão" dos dois recursos apresentados por ele: "um sobre o processo completo e outro que vá no detalhe, nas mais de 5.000 seções" eleitorais sob suspeita.

Segundo Capriles, se o pedido for admitido, o processo "deverá durar três, ou quatro meses, se forem respeitados os prazos estabelecidos por lei". Ele lembrou, porém, que a Justiça venezuelana "não se caracteriza por ser oportuna, rápida".

"Mas não há nenhuma razão para que não seja admitido", declarou.

"Agora, a batata quente está do lado do governo, que é quem tem uma crise de ilegitimidade. Para onde quer que Maduro vá, ele tem um guarda-chuva de ilegitimidade em cima dele", acrescentou Capriles, que conversou com a AFP em uma sala de seu comando de campanha em Caracas.

"Se (realmente) for feita a auditoria, a eleição cai, por isso não fazem", acredita Capriles, de 40 anos.

O líder da oposição também fez críticas a alguns governos latino-americanos por não terem rejeitado a auditoria. Ele citou o Brasil diretamente, por agir com "excesso de pragmatismo", pondo "o interesse econômico acima do interesse democrático".


O governador do estado de Miranda não reconhece o resultado das urnas, que deu a vitória ao chavista Nicolás Maduro por uma margem de apenas 1,49 ponto percentual. Capriles decidiu impugnar as eleições depois que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou uma auditoria que o opositor considera "uma farsa".

Durante a entrevista, Capriles criticou várias vezes a "ilegitimidade" e a "gigantesca incapacidade" de Maduro para administrar os problemas do país.

"É uma das situações mais difíceis da nossa história, com a insegurança, a inflação, o salário que não alcança os piores níveis de escassez. Essa é minha luta, é uma luta para que os problemas tenham solução", explica.

"Imagine que, no país com as reservas de petróleo mais importantes do planeta, não tenhamos nem papel higiênico", afirmou, referindo-se ao anúncio feito pelo governo na terça-feira sobre a importação de 50 milhões de rolos de papel higiênico para combater a falta do produto.

"Se isso não tiver solução por parte do governo (...), o conflito vai aumentar. Sinceramente, as pessoas não aguentam mais uma situação dessas", frisou.

"Apenas estou sendo firme na denúncia para que o governo tome medidas", afirmou.

Ele também comentou sobre a mudança na diretoria da Globovisión e lamentou a venda da emissora.

"Ninguém sabe o que vai acontecer com sua linha editorial", comentou, acrescentando: "a cada dia, tenho menos espaço para informar os venezuelanos".

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