Exame Logo

Supostos jihadistas que voltaram à França geram polêmica

O retorno à França de três supostos jihadistas que passaram pelo controle de fronteiras sem problemas gerou polêmica no país

Ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian: caso gerou críticas ao governo (Nicolas Tucat/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2014 às 13h11.

Paris - O retorno à França de três supostos jihadistas que passaram pelo controle de fronteiras sem problemas, quando deveriam ter sido presos no momento de sua chegada, gerou polêmica nesta quarta-feira no país e muitas críticas ao governo, que alegou falta de cooperação com Ancara.

Procedentes da Turquia após uma estada na Síria , os três suspeitos eram esperados em Paris pela polícia, mas chegaram na terça-feira em Marselha (sul), onde passaram pelo controle aduaneiro sem problemas.

Veja também

Finalmente, os três se apresentaram espontaneamente à guarda civil no sul do país e foram detidos para interrogatórios.

Os três homens tinham ligações com Mohamed Merah, o francês que morreu em um confronto com a polícia depois de matar sete pessoas em ataques no sul da França em 2012, incluindo um contra uma escola judaica.

"Houve, obviamente, uma grande confusão em grande parte devido à falta de cooperação com as autoridades turcas", declarou o ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian.

"Esta falta de entendimento entre os serviços turcos e franceses precisa ser analisada de forma aprofundada pelos dois países para evitar casos semelhantes", considerou por sua vez o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve.

O governo também evocou uma falha do sistema de leitura de passaportes em Marselha.

Este caso ocorre no pior momento para o governo francês, que nesta quarta-feira à tarde apresenta ao Parlamento o seu projeto de operação militar no Iraque e as medidas tomadas nesse sentido para reforçar a segurança no país.

Há uma semana, a França decidiu participar com os Estados Unidos nos bombardeios contra o grupo Estado Islâmico (EI) no norte do Iraque.

Após esta decisão, os islamitas defenderam a morte de cidadãos franceses, um dos quais foi feito refém no domingo na Argélia.

A oposição de direita e a extrema-direita denunciaram nesta quarta o caso dos três supostos jihadistas como uma "falha imperdoável".

O deputado do partido UMP, Christian Estrosi, afirmou que o atual governo francês "é formado por incapazes".

Um dos três suspeitos é o marido de Suad Merah, a irmã de Mohamed Merah, autor dos atentados de Toulouse, e considerado pelos serviços de inteligência próximo ao movimento salafista, segundo uma fonte próxima ao caso.

O segundo foi condenado uma vez por pertencer a um grupo jihadistas e estava "ligado diretamente" a Mohamed Merah, segundo a fonte. O terceiro fazia parte de um célula jihadista desmantelada este ano, na qual participam pessoas próximas a Merah.

Acompanhe tudo sobre:EuropaFrançaIslamismoPaíses ricosSíria

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame