Suíça faz novas buscas em investigação de corrupção na Fifa
Procuradoria-Geral da Suíça realizou buscas residenciais com o apoio da Polícia Federal em vários locais da parte falante de alemão da Suíça
Reuters
Publicado em 30 de novembro de 2016 às 10h24.
Zurique - Autoridades da Suíça fizeram buscas em mais residências como parte da investigação criminal sobre suspeita de corrupção no futebol mundial, e incluíram o ex-secretário-geral da Fifa Urs Linsi na lista de suspeitos, informaram os investigadores nesta quarta-feira.
"A Procuradoria-Geral da Suíça confirma que no dia 23 de novembro de 2016 realizou buscas residenciais com o apoio da Polícia Federal em vários locais da parte falante de alemão da Suíça", disse a Procuradoria em um comunicado enviado por email.
"As medidas foram tomadas como parte das investigações relacionadas a um pagamento de 6,7 milhões de euros feito em abril de 2005 pela Associação de Futebol Alemã (DFB) a Robert Louis-Dreyfus".
O pagamento a Dreyfus, ex-diretor da Adidas que morreu em 2009, foi realizado através da Fifa, segundo as autoridades alemãs, e representou a devolução de um empréstimo feito anos antes, quando a Alemanha era candidata a receber a Copa do Mundo de 2006.
Desde então ele foi ligado a pagamentos a dirigentes da Fifa realizados por meio da conta do então responsável pela Copa do Mundo e lenda do futebol alemão Franz Beckenbauer.
Beckenbauer está sendo investigado pelas autoridades suíças, que iniciaram procedimentos criminais contra ele e dois ex-presidentes da DFB ligados à proposta bem-sucedida da Alemanha para sediar o Mundial de dez anos atrás.
Beckenbauer já admitiu ter cometido erros, mas negou qualquer irregularidade.
O caso chocou a Alemanha, país fanático por futebol, e forçou a renúncia do ex-presidente da DFB Wolfgang Niersbach no ano passado. Desde então ele foi afastado pela Fifa por um ano.
O relatório da própria DFB a respeito das supostas irregularidades cometidas na concessão do torneio mundial de 2006 foi publicado em março.
O documento afirma que, embora não existam indícios de que a Alemanha tenha pagado membros da Fifa em troca de votos, foram feitos pagamentos a ao menos um ex-dirigente da entidade por meio de uma série de contas que envolvem várias outras empresas ou indivíduos, inclusive Beckenbauer.